O interesse por viagens de imersão junto aos povos indígenas cresce a cada ano no Brasil. Um estudo do Instituto Samaúma, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), apontou um aumento de 30% no público interessado em etnoturismo entre 2018 e 2023, sendo 60% formado por brasileiros. Inserida nesse contexto, a Terra Indígena do Xingu (MT), uma das mais conhecidas do país, ganha a partir de outubro um novo roteiro sustentável.
A experiência é fruto da parceria entre a Aldeia Afukuri, do povo Kuikuro, e a Vivalá, negócio social que se consolida como a maior operação de etnoturismo do Brasil. O roteiro de seis dias e cinco noites foi construído em conjunto com a comunidade, envolvendo 186 moradores locais em atividades que combinam hospitalidade, rituais tradicionais e práticas sustentáveis.
Imersão cultural e geração de renda
Mais do que uma atividade econômica, o turismo sustentável na aldeia é visto como uma ferramenta de fortalecimento cultural e preservação territorial diante das pressões externas. “O turismo sustentável é muito bom, pois mostra o nosso dia a dia e ajuda a fortalecer a cultura. Com um roteiro na aldeia, as vendas dos artesanatos e de pinturas tradicionais vão melhorar, pois os viajantes ajudarão na geração de renda, além de empregar mais jovens na prática de artes”, afirma Yakaumalu Kuikuro, diretora do departamento de mulheres da Associação Indígena Ahukugi (AIAHU).
Os visitantes poderão acompanhar práticas como a pintura corporal, a tradicional Dança Taquara, a cerimônia de recepção nas casas da aldeia e visitas às roças Kuikuro, onde será apresentada a técnica ancestral da terra preta. O roteiro inclui ainda momentos de conexão com a natureza, como banho no Rio Xingu, além da participação em duas celebrações: a Festa Duhé, que envolve toda a comunidade, e a festa Yamurikumã, conduzida exclusivamente pelas mulheres.
Sustentabilidade como essência
A experiência foi estruturada em parceria com articuladores locais e inclui planejamento de visitação e melhorias na infraestrutura. “Eu busco apoio para ajudar a melhorar as coisas, captar recursos para oficinas e formações. Recentemente, o povo Kuikuro conseguiu aprovar um projeto para aperfeiçoar a infraestrutura do turismo na aldeia. Eles estão buscando novidades para receber melhor os visitantes”, explica Douglas Canarana, que atua junto à comunidade há mais de dez anos.
Para a Vivalá, a integração com povos originários é pilar essencial. “Não é possível falar em Turismo Sustentável e Regenerativo sem envolver os povos originários, que são os que mais preservam nossos biomas. Há 10 anos, a Vivalá promove experiências em parceria com os povos indígenas, e o etnoturismo no Xingu sempre foi um dos pedidos mais frequentes dos viajantes”, reforça Gustavo Fernandez, gerente de marketing e vendas da Vivalá.
Estrutura e valores
A expedição prevê transporte de ida e volta entre Querência (MT) e a Aldeia Afukuri, uma noite de hospedagem em hotel local e quatro noites em casas tradicionais da aldeia, em redes ou barracas. As refeições, preparadas com ingredientes nativos, incluem opções veganas e vegetarianas. O pacote também contempla equipe de facilitação e seguro-viagem.
O investimento para participar é a partir de R$ 5.890 à vista (Pix/transferência) ou em 8 parcelas de R$ 775 no cartão. A primeira saída ocorre em 12 de outubro de 2025 e ainda há vagas disponíveis.
Mais informações podem ser consultadas no site da Vivalá: www.vivala.com.br/expedicoes/xingu.