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Matheus Alves
Matheus Alves
Repórter - E-mail: matheus@brasilturis.com.br

Latam, Azul e Gol destacam planos e desafios no 11º Fórum Abracorp

Companhias aéreas reforçam recuperação, expansão internacional e maior colaboração com gestores e TMCs, durante o 11º Fórum Abracorp

Após debate sobre hospitalidade e mobilidade, o segundo painel da 11ª edição do Fórum Abracorp, realizado nesta quinta-feira (28) no Hotel Grand Mercure São Paulo Ibirapuera, deu espaço para as companhias aéreas. A programação reuniu representantes das três maiores companhias aéreas do País para discutir planos de reestruturação, tarifas, tendências e transformações no setor.

Camila Belinelli, gerente de Vendas da Latam, destaca que as viagens corporativas têm mostrado consistência ao longo de 2024, mesmo em meio a oscilações de mercado. “As viagens corporativas sempre têm mantido um bom patamar, mesmo com esses soluços”, afirma a executiva da Latam.

“O que temos de previsão daqui até o final do ano é manter os patamares que estamos enxergando, mesmo com todos os obstáculos que estamos acostumados a esbarrar”, acrescenta. “A Latam segue com expansão planejada, aumentando entre 8% e 10% a frota e a capacidade. Cumprimos o que prometemos”, completa.

Pela Gol, Danilo Barbizan, diretor de Vendas da empresa, ressalta a reestruturação recente da companhia, que envolveu ajustes de frota e foco em eficiência. “Entramos em 2024 com mais de 140 aviões, mas menos de 100 voando. Avião groundeado custa caro. Hoje já estamos com mais de 130 aviões operando e isso permite mais oferta, mais receita e mais competitividade”, explica.

O executivo também salienta a aposta no mercado internacional, que cresceu mais de 140% no comparativo anual. “Nossa expectativa é que 25% da operação esteja voltada ao internacional nos próximos anos, o que exige uma mudança de mentalidade para entender como o passageiro estrangeiro compra”, acrescenta.

Quanto à Azul, Daniel Bicudo, vice-presidente Comercial e de Negócios da companhia aérea, também abordou a recuperação da empresa no contexto do processo de Chapter 11. “Vamos sofrer um pouco com a restrição de oferta, mas a vocação da Azul vai continuar. A Azul não vai encolher, só vai crescer menos”, pontua.

O executivo citou ainda o fortalecimento da Azul Viagens, os programas de fidelidade e a reestruturação da área comercial, com divisão entre atacado, varejo, lazer e corporativo. “Estamos saindo de um endividamento de 1,5 bilhão para 500 milhões, com foco em retomar a frota de todos os modelos e expandir a malha”, ressalta.

Tarifas, fidelização e tecnologia

Um dos pontos de destaque do painel foi a discussão sobre tarifas e a percepção de descontos elevados em alguns canais, após questionamento do público, reforçado por Siderley Santos, presidente da Abracorp. Barbizan foi categórico: “A resposta clara é não, não existe desconto de 60% ou 70%. Isso seria insustentável. No caso da Gol, não existe”.

Sobre programas de fidelização, o executivo citou o reposicionamento do Voebiz, voltado para pequenas empresas. “Estamos realocando o programa para onde ele nunca deveria ter saído”, explica.

O debate do Fórum Abracorp também abordou tecnologia como fator-chave para o corporativo. Bicudo afirmou que a Azul contratou um novo diretor de tecnologia da informação, com foco em inteligência artificial e integração de sistemas.

Camila destaca que, desde a pandemia, a Latam não interrompeu investimentos tecnológicos, implementando tablets para tripulantes com informações sobre clientes e histórico de atendimento.

Já Barbizan ressalta avanços da Gol em processos de suporte, como emissão de vouchers de alimentação e hospedagem em casos de disrupção. “O que deve vir pela frente é facilitar a vida do passageiro corporativo nesses momentos críticos”, pontua.

Protagonismo e colaboração

Na parte final do segundo painel do Fórum Abracorp, os três executivos reforçaram a importância da aproximação entre companhias aéreas, gestores de viagens e TMCs. “A educação e a informação transformam. Quanto mais troca tivermos, mais conseguiremos alinhar expectativas”, declara Camila.

“Precisamos ouvir de vocês quais são as complexidades do lado de vocês e trabalhar em parceria”, complementa Bicudo.

Barbizan concluiu pedindo protagonismo dos gestores. “Quando é só desconto e preço, toda a cadeia fica comprometida. Precisamos conversar além do contrato de desconto para criar valor de verdade”, finaliza.

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