Na 11ª edição do Fórum Abracorp, realizada nesta quinta-feira (28) no Hotel Grand Mercure São Paulo Ibirapuera, Cristiano Kruel, CIO da StartSe, conduziu a palestra “O Impacto da Inteligência Artificial (IA) na Gestão das Viagens Corporativas”, abordando como a tecnologia vem transformando o planejamento, a execução e a análise de viagens corporativas.
Kruel iniciou a apresentação com um exemplo curioso: “Saiu nos jornais que uma influencer perdeu voo, chorou e colocou a culpa no ChatGPT. Ela perguntou para a IA se precisava visto para ir Porto Rico. Deve ter respondido que ‘não’ e ela perdeu toda a viagem”, conta o executivo, destacando a necessidade de compreender os limites e possibilidades das ferramentas de IA.
O executivo explica que sua empresa, uma startup brasileira com dez anos de atuação, atua em programas de desenvolvimento para clientes como Bayer, Nestlé, Oracle e outras companhias, além de projetos de aceleração corporativa na China e nos Estados Unidos. “Somos uma empresa jovem, uma operação diferente, com foco em aprender na trincheira, não só tirando foto na frente do Google ou do Facebook”, declara.
Kruel contextualiza a importância da IA no mercado atual, lembrando que em 2019 já organizava eventos sobre o tema antes do hype atual onde destacava o surgimento de tecnologias como o ChatGPT, que só chegaram ao mercado em 2022. “A primeira geração que está colocando o dedo para aprender isso somos nós. E o grande dilema é que todos nós, na primeira vez que usamos o ChatGPT, entramos para lacrar”, brinca.
Segundo ele, a IA não é apenas um tema de tecnologia da informação. “Para TI é mais um problema, mas para todos que estão nessa sala, é como vocês vão gerir e liderar”. Kruel explica que o grande impacto da inteligência artificial está na capacidade de processar volumes gigantescos de dados e gerar predições, algo que ele chamou de “hiperplanos multidimensionais”.
O executivo também apresentou exemplos práticos de aplicações, como a criação de propostas de viagens corporativas completas com itinerário, custo e análise estratégica em questão de minutos, utilizando sistemas de IA. “Essas máquinas estão aí. Eu posso calcular 2 + 2 ou posso fazer mais. Quando essa máquina pesquisa um monte de coisa, é como se eu estivesse fazendo uma conta maior”, Explica Kruel, mostrando que o potencial da IA depende do conhecimento e contexto de quem a opera.
Resultado depende do operador
Ele enfatiza que as ferramentas de IA são estocásticas, ou seja, probabilísticas, e que podem gerar respostas diferentes para a mesma pergunta. “São máquinas para pessoas que entendem o contexto e têm repertório, e são perigosíssimas para quem não entende nada”, alerta. Kruel acrescenta que, apesar da automação, é essencial manter humanos no processo para supervisão e validação das decisões. “Temos que entender onde colocar os humanos na hora certa”, aponta.
O executivo concluiu destacando que a IA representa a maior convergência tecnológica da história e que pode acelerar processos, gerar insights estratégicos e otimizar a operação de viagens corporativas, mas sempre com acompanhamento humano. “A indústria de vocês precisa aprender os truques básicos. Executivo e empresário não gosta de gastar tempo e dinheiro com coisas que não entende. Enquanto isso, o mundo de tecnologia adora complicado. Adora complicado, mas se você entende, tudo muda”, pontua.
A palestra reforça que, para empresas de viagens corporativas, IA não é apenas uma tendência, mas uma ferramenta estratégica capaz de redefinir processos, melhorar a tomada de decisão e ampliar a capacidade analítica das equipes.
