O Real Gabinete Português de Leitura, patrimônio cultural e arquitetônico do Rio de Janeiro, foi eleito a oitava biblioteca mais bonita do mundo em 2025. O reconhecimento veio do 1000 Libraries Awards, iniciativa internacional que mobilizou mais de 200 mil votos de apaixonados por literatura ao longo de dois meses. Localizado na Rua Luís de Camões, no centro da capital fluminense, o espaço se consolida como um dos maiores símbolos da herança lusófona no Brasil.
Tradição e história
Fundado em 1837 por um grupo de imigrantes portugueses, o Real Gabinete nasceu da preocupação com a falta de acesso à leitura no país. O edifício atual, projetado em estilo neomanuelino inspirado no reinado de Dom Manuel I, levou décadas para ser concluído e foi inaugurado em 1888. Apenas em 1900 passou a funcionar oficialmente como biblioteca pública.
O acervo ultrapassa 350 mil obras, entre livros, periódicos, manuscritos e documentos raros. Um dos tesouros mais valiosos é a primeira edição de Os Lusíadas, de Luís de Camões, além de manuscritos originais de escritores brasileiros que marcaram a literatura nacional.
Arquitetura que impressiona
A imponência do espaço é visível desde a fachada, adornada com estátuas de figuras literárias portuguesas. No interior, galerias de carvalho esculpido, um grande lustre central e molduras ornamentadas criam uma atmosfera de majestade. O conjunto arquitetônico, de forte caráter revivalista, contribuiu para a notoriedade internacional da instituição.
Reconhecimento mundial
Na edição deste ano, o ranking foi liderado pela Biblioteca do Trinity College, em Dublin, seguida pela State Library of South Australia, em Adelaide, e pela Abbey Library of St. Gallen, na Suíça. O Real Gabinete dividiu espaço com outros ícones, como a Duke Humfrey’s Library, em Oxford, e a Biblioteca de Sainte-Geneviève, em Paris.
O Real Gabinete segue como um exemplo vivo da importância do livro e do conhecimento, lembrando que tradição e modernidade podem conviver em harmonia quando preservadas com dedicação.