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Felipe Lima
Felipe Lima
Chefe de Redação - E-mail: felipe@brasilturis.com.br

São Paulo prevê 50 milhões de turistas e posiciona turismo como motor estratégico

São Paulo ultrapassa 50 milhões de turistas, expande crédito e capacitação e consolida o turismo como motor de desenvolvimento no estado

O turismo paulista vive um de seus melhores momentos. Dados recentes revelam que o Estado deverá ultrapassar, ainda neste ano, a marca histórica de 50 milhões de turistas, consolidando-se como o principal polo turístico do país. Em 2023, São Paulo já havia registrado 49 milhões de visitantes, sendo 2,1 milhões estrangeiros. Para 2025, a projeção é alcançar 2,4 milhões de turistas internacionais, resultado do fortalecimento das políticas públicas, da diversificação da oferta e da integração entre as esferas estadual e municipal.

“São Paulo chega a esse momento com participação de quase 10% no PIB do Estado, acima da média nacional, que está entre 7% e 8%”, afirmou Roberto de Lucena, secretário de Turismo de São Paulo.

De Lucena destaca que o setor tem se tornado uma força econômica expressiva, especialmente pela capacidade de geração de empregos: “Nos primeiros seis meses deste ano, o turismo gerou mais de 30 mil empregos diretos. Para cada emprego direto, são dois indiretos. Hoje temos um estoque de 900 mil empregos diretos e quase 2,4 milhões quando somamos os indiretos.”

Estrutura sólida e crédito recorde

Segundo o secretário, o governador Tarcísio de Freitas tem apostado no turismo como um eixo de desenvolvimento regional, estimulando o protagonismo dos municípios. “Temos um ecossistema único no país, com 70 estâncias turísticas e 214 municípios de interesse turístico, o que significa que 44% dos municípios paulistas têm vocação formal para o setor”, explicou.

Esses destinos, que recebem transferências diretas de recursos estaduais, foram também beneficiados pelo Creditur, o maior programa de crédito turístico do país, lançado pelo Governo de São Paulo. “O programa reúne a Desenvolve SP e mais de 20 parceiros públicos e privados, disponibilizando quase R$ 6 bilhões em crédito qualificado para financiar projetos turísticos”, disse Lucena.

Nos dois primeiros anos de operação, o Creditur já garantiu R$ 2,5 bilhões em investimentos para municípios e para a iniciativa privada, estimulando obras de infraestrutura, requalificação de atrativos e novos empreendimentos. O secretário reforça que o programa reflete o esforço de descentralizar o desenvolvimento turístico, levando oportunidades também ao interior.

Capacitação e inovação na base da gestão

Outro eixo estratégico tem sido a qualificação profissional, com a criação da Academia do Turismo, considerada o maior programa de capacitação do país voltado ao setor. “Neste ano, oferecemos 23 mil vagas, desde cursos rápidos até graduação, mestrado, doutorado e formações em inovação e tecnologia. Nosso objetivo é preparar os profissionais para toda a cadeia produtiva do turismo”, afirmou Lucena.

Além disso, o governo tem promovido programas temáticos como o Sabor de São Paulo, voltado à gastronomia, e novas frentes em turismo rural, náutico e ferroviário. “Estamos estruturando um portfólio com mais de 60 projetos, todos com planos de negócios definidos e investimentos a partir de R$ 100 milhões. Esses projetos somam R$ 16 bilhões e estão sendo apresentados a fundos e investidores nacionais e internacionais interessados em São Paulo”, revelou o secretário.

Dados e inteligência para o futuro

Durante a Abav Expo, Lucena anunciou a criação da Rede de Inteligência do Turismo, iniciativa que vai conectar 23 observatórios turísticos com o CIEP (Centro de Inteligência da Economia do Turismo). “Será a maior rede de captação e análise de dados turísticos do país, voltada ao planejamento e à profissionalização da gestão em todos os níveis”, explicou.

Essa estrutura deve permitir decisões mais precisas sobre investimentos, promoção e políticas públicas, aproximando o turismo de uma gestão baseada em evidências. “São Paulo está em ritmo acelerado. Estamos focados em planejamento, capacitação e atração de investimentos”, completou.

Parceria com a Embratur e o retorno da Abav Expo

Lucena também comentou a integração das políticas estaduais com o Plano Brasis, coordenado pela Embratur. “São Paulo participou da estruturação do plano e a transição tem sido perfeita. Nós nos adaptamos às ferramentas propostas e temos investido fortemente em road shows nacionais e internacionais, fortalecendo a relação direta com operadores e agentes de viagens”, afirmou.

O esforço de promoção internacional tem contribuído para o aumento do fluxo de turistas estrangeiros ao estado. Paralelamente, o retorno da Abav Expo a São Paulo, em 2026 e 2028, é visto como uma conquista estratégica. “São Paulo é o maior mercado emissor e receptor de turistas do Brasil. É uma potência nacional do turismo, com um trade estruturado e preparado. Receber novamente a Abav Expo é motivo de grande satisfação”, declarou.

Guias temáticos e diversificação da oferta

A Secretaria tem se destacado ainda pela produção de guias temáticos que valorizam nichos específicos, como o turismo religioso, o futebol, as padarias e outros segmentos culturais e gastronômicos. “Esses guias organizam nossa oferta e ajudam operadores e agentes a encontrarem com facilidade o que buscam. É comum o espanto de quem descobre que São Paulo tem muito mais do que imaginava”, contou o secretário.

A iniciativa reforça o posicionamento de São Paulo como destino multifacetado: além do turismo de negócios e eventos, o estado aposta em cultura, natureza, gastronomia, turismo rural, náutico, ferroviário, de saúde, bem-estar e religioso.

Um turista mais exigente e conectado

Por fim, Lucena observou que o perfil do visitante também mudou após a pandemia. “O turista valoriza mais a experiência, fica mais tempo, se desloca pela região metropolitana e busca vivências autênticas. Ele é mais exigente e São Paulo está preparado para recebê-lo”, afirmou.

O secretário adiantou que novas atrações devem ser lançadas até o fim do ano, incluindo o Museu Subaquático e iniciativas de turismo náutico, reforçando o ritmo acelerado do setor. “São Paulo não para, e o turismo tem sido um motor essencial para o desenvolvimento econômico e social do nosso estado”, concluiu.

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