A Embratur segue ampliando sua presença nos estados com as entregas regionais do Plano Brasis, estratégia que orienta as ações de promoção internacional do País até 2026. Durante o BTM 2025, em Fortaleza, Bruno Reis, diretor de Marketing, Negócios e Sustentabilidade da entidade, apresentou os resultados mais recentes da iniciativa e destacou o papel de liderança do Ceará na expansão da conectividade aérea e no fortalecimento do turismo internacional.
“Temos tido bastante êxito nas rodadas estaduais com o Plano Brasis. O Ceará vem crescendo acima da média nacional, com um esforço conjunto para ampliar a conectividade aérea e integrar os atores do trade local”, afirmou. A entrega do plano no estado coincidiu com a realização da feira, o que permitiu reunir governo, associações e municípios em torno de uma agenda única.
Segundo Reis, a integração entre os diferentes elos do setor é essencial para acelerar resultados. “Nossa contribuição é estimular que o estado esteja alinhado com o Sebrae, as associações e os municípios menores, de modo que todos caminhem juntos na promoção internacional”, explicou.
Durante a entrega, a Embratur apresentou um estudo de caso sobre o mercado espanhol, reforçando o potencial do país europeu como emissor prioritário para o Brasil. O lançamento do novo voo direto da Iberia para Fortaleza foi citado como ponto de inflexão para fortalecer o Nordeste no mapa turístico internacional.
“Queremos usar a Fitur 2026, em Madri, como grande vitrine para promover não apenas o Nordeste, mas também a retomada dos voos para Recife e Fortaleza. Trouxemos dados sobre o perfil do turista espanhol, suas preferências de consumo e as operadoras que já têm o Ceará na prateleira, para entender como ampliar essa presença”, detalhou o executivo.
União regional
Reis também destacou o avanço das estratégias de promoção conjunta das regiões brasileiras. Segundo ele, o fortalecimento de marcas regionais como “Nordeste” e “Amazônia” tem grande impacto na percepção internacional do destino Brasil.
“Quando falamos de mercado internacional, faz muito sentido promover o Nordeste unido e o Norte unido. O operador estrangeiro quer entender o bioma, as experiências e as empresas locais. Lançamos a marca Nordeste na FIT Argentina e agora lançaremos a marca Amazônia na WTM de Londres, reforçando esse posicionamento integrado”, afirmou.
A unificação, de acordo com o diretor, gera competitividade global e fortalece o país como destino sustentável e diverso. “Uma região unida tem mais força para competir com outros mercados. Essa integração é justamente uma das provocações do Plano Brasis: mostrar que, juntos, somos mais fortes no cenário internacional”, completou.
Recordes e novos horizontes
Com a Embratur prestes a completar 60 anos, 2025 já se destaca como um marco histórico para o turismo brasileiro. Reis revelou que o país superou 7 milhões de turistas internacionais, o melhor resultado em anos, e projeta 9 milhões de visitantes até o fim de 2025.
“É um crescimento muito acima da média da América do Sul e superior ao previsto no Plano Nacional do Turismo, que estimava 8,1 milhões de turistas até 2026. Vivemos uma janela de oportunidade única, com demanda reprimida e aumento das rotas internacionais. Nosso desafio é transformar esse cenário em série histórica de crescimento”, afirmou.
A Embratur também pretende diversificar sua atuação ao promover nichos pouco explorados, como turismo regenerativo, observação de fauna e flora (birdwatching), afroturismo, LGBTQIAPN+, bem-estar e nomadismo digital. “O Brasil tem potencial enorme nesses segmentos, e queremos transformá-los em produtos de exportação turística”, acrescentou.
Outro eixo prioritário da estratégia é o audiovisual. Em parceria com a Netflix, a Embratur prepara um projeto internacional de promoção de imagem que será lançado durante a WTM Londres 2025. “O Brasil é muito influente no campo da imagem, e nosso desafio é transformar essa influência em conversão, em vendas e geração de negócios”, explicou.
Reis também mencionou planos de expansão para novos mercados emissores, como México, Índia e China, além de eventuais ativações na África do Sul, regiões ainda pouco exploradas pela Embratur. “Não precisamos crescer onde o mercado já é maduro, como na Argentina. Nosso investimento deve abrir novos caminhos e estimular fluxos inéditos de turistas para o Brasil”, pontuou.
O diretor, por fim, reforçou o otimismo da entidade com os resultados obtidos e o cenário positivo para os próximos anos. “Vivemos um momento único. É hora de celebrar o que conquistamos e aproveitar essa janela de oportunidades para consolidar o Brasil como um dos principais destinos turísticos do mundo”, afirmou.
