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Rafael Destro
Rafael Destro
Redator - E-mail: Rafael@brasilturis.com.br

Guilherme Paulus destaca que o futuro do Turismo está em experiências com emoção, memória e significado

Empresário defende em palestra para agentes catarinenses que o luxo do futuro será guiado pela autenticidade e pelo poder das conexões emocionais

Durante um café da manhã voltado a agentes de viagens em Florianópolis, o empresário Guilherme Paulus, fundador da CVC, da WebJet e da GJP Hotels & Resorts, além de proprietário do Castelo Saint Andrews, em Gramado, apresentou uma reflexão sobre o turismo de experiências. Em vez de falar sobre números ou tendências, Paulus trouxe uma filosofia: a de que a verdadeira diferenciação das marcas está na capacidade de gerar experiências emocionais genuínas. “Emoção, memória e significado” foram as palavras que nortearam sua apresentação.

Localizado no Vale do Quilombo, o Saint Andrews — primeiro hotel Relais & Châteaux de montanha do Brasil — foi usado por Paulus como exemplo de hospitalidade artesanal e de atenção aos detalhes. Ele destacou que elegância não está ligada à ostentação, mas à sensibilidade. “Não é sobre mostrar riqueza. É sentir. É perceber o ambiente com todos os sentidos — visão, audição, olfato, tato e paladar — e transformar essa percepção em prazer, acolhimento, memória duradoura”, afirmou o empresário.

Para Paulus, o comportamento contemporâneo deixou para trás a ostentação explícita. Hoje, o foco está na intenção, na beleza silenciosa e na autenticidade das experiências. O empresário ressaltou que encantar vai além de agradar — é criar significado e promover conexões reais. O caso do Saint Andrews ilustra esse novo conceito de luxo, que prioriza curadoria, escuta ativa e personalização. Com menus assinados por chefs renomados, experiências de enoturismo com mais de 500 rótulos, terapias de bem-estar e jantares sob as estrelas, o hotel busca emocionar, não apenas impressionar.

Diante de um público formado por operadores, consultores e representantes do trade turístico catarinense, Paulus defendeu que o diferencial competitivo das marcas será a capacidade de criar vínculos verdadeiros. “As pessoas esquecem o que você vendeu, mas não esquecem como você as fez sentir”, lembrou.

Para ele, o contato com o natural e o essencial ganha protagonismo nesse novo turismo de luxo. A natureza passa a ser, portanto, um convite à contemplação e à presença plena. Paulus concluiu reforçando que o futuro da hospitalidade pertence àqueles que souberem unir sensorialidade, autenticidade e propósito: “Encantamento, hoje, não é poder. É saber perceber o mundo ao redor, integrar sentidos e criar memórias duradouras”.

Destaques da apresentação:

As 8 tendências que vão moldar o turismo até 2030

1. Agentes de IA

Ferramentas de inteligência artificial deixarão de ser apoio pontual e se tornarão companheiras constantes do viajante: do planejamento à personalização da experiência, passando por traduções em tempo real, concierges digitais e sugestões hipercontextualizadas.

2. Multidestinos

Com a crescente digitalização e flexibilidade de voos e hospedagens, roteiros que incluem diferentes cidades — muitas vezes começando e terminando em aeroportos distintos — vão se popularizar, estimulando o turismo regional e internacional simultaneamente.

3. Bem-estar como motivação

O foco deixa de ser apenas “descansar” e passa a incluir a busca ativa por melhora da qualidade de vida. Retornos ao essencial, programas de descompressão emocional, sono restaurador e alimentação equilibrada ganham status de motivação primária para a viagem.

4. Feedbooking

As redes sociais se consolidam como vitrines de desejo e canais de reserva. O influenciador se torna também curador e vendedor. Plataformas como Instagram e TikTok são hoje, mais do que nunca, ferramentas de pesquisa e decisão.

5. Viagens virtuais

Realidade aumentada, experiências em 4D, concierges holográficos e simulações sensoriais mudarão o modo de apresentar um destino, oferecendo degustações imersivas que funcionam como “degustação” para o presencial.

6. Turismo fora da rota

O novo viajante quer fugir do óbvio. Cidades pequenas, comunidades remotas, regiões agrícolas ou com rica cultura ancestral tendem a se destacar. A exclusividade deixa de ser sinônimo de luxo apenas pelo valor — e passa a ser medida pelo acesso e intimidade com o destino.

7. Roteiros espirituais

Meditação, silêncio, genealogia, autoconhecimento e reconexão com o natural formam o alicerce de uma das tendências mais simbólicas do momento. Viajar para dentro — ainda que cruzando oceanos.

8. Fidelidade emocional

No lugar de programas de milhagens, entra em cena a personalização — feita por humanos ou IA. A fidelidade passa a ser emocional: quem entrega melhor experiência, conforto e relevância, conquista.

Uma visão além do mercado

Para Paulus, o verdadeiro valor está na capacidade de transformar experiências em significado. “Encantar é mais do que surpreender. É fazer sentido. E isso exige sensibilidade, contexto e autenticidade”, resume. Sua visão, embasada em décadas de atuação no turismo nacional e internacional, reforça o papel dos agentes de viagem como curadores da emoção — e não apenas vendedores de pacotes.

Ao encerrar a apresentação, uma provocação ficou no ar: no mundo onde tudo é comparável e digital, o toque humano será o verdadeiro motor de crescimento da indústria de hospitalidade premium.

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