O setor de locação de veículos deve encerrar 2025 com faturamento bruto próximo de R$ 60 bilhões, segundo projeções da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla). Apesar de um cenário de juros elevados e crédito restrito, o segmento mantém ritmo de crescimento e vê oportunidades no comportamento do consumidor, que tem priorizado o uso em vez da propriedade de automóveis.
De acordo com Marco Aurélio Nazaré, presidente da Abla, a expectativa é encerrar o ano com redução de cerca de 7% na compra de veículos em relação a 2024, mas mantendo uma renovação de frota em patamar alto.
“O custo de capital ainda é um desafio, mas o setor se adapta rapidamente. A locação continua crescendo porque é uma alternativa mais econômica, ágil e segura que a compra”, afirma Marco Aurélio nazaré, presidente da abla.
O dirigente destacou que o número de locadoras em operação no país segue em expansão, refletindo a confiança no modelo de negócio. Segundo ele, o foco das empresas tem sido preservar a idade média baixa das frotas, garantindo satisfação do cliente e eficiência operacional.
Para Paulo Miguel Junior, vice-presidente da Abla, a retração na aquisição de veículos acompanha o comportamento da indústria automotiva. “Devemos fechar o ano com aproximadamente 600 mil unidades compradas, contra 650 mil no ano anterior. Mesmo assim, o faturamento se mantém estável, sustentado pelo aumento no valor dos veículos e pela demanda contínua por locação”, explicou.
O executivo acrescentou que o setor investirá cerca de R$ 70 bilhões em 2025, com previsão de leve expansão no número de frotas e manutenção do ritmo de crescimento no faturamento. “O mercado é resiliente. Com a esperada redução da taxa Selic em 2026, teremos um cenário mais favorável para crédito e investimento”, afirmou.
A Abla também projeta alta na demanda por locação na temporada de fim de ano, impulsionada pelo encarecimento das passagens aéreas. Nazaré reforçou o alerta aos consumidores: “O período entre dezembro e janeiro costuma registrar escassez de veículos disponíveis. É importante antecipar as reservas.”
O dirigente ainda destacou o avanço da terceirização de frotas corporativas, que segue em expansão diante do custo elevado de capital. “Enquanto países da Europa têm mais de 60% das frotas empresariais terceirizadas, o Brasil ainda opera entre 20% e 25%. Há muito espaço para crescer”, completou.

