São Paulo (SP) – Durante apresentação sobre o cenário atual e as perspectivas da Latam no mercado brasileiro, Aline Mafra, diretora de Vendas e Marketing da Latam Brasil, destacou o desempenho consistente da companhia nos últimos anos e os desafios que o setor enfrenta diante das mudanças econômicas e regulatórias. A executiva abordou temas como orçamento, competitividade, ambiente político e pressão de custos, ressaltando a resiliência da empresa e do consumidor brasileiro.
Segundo Aline, a demanda por viagens (tanto corporativas quanto de lazer) segue forte, mesmo diante de oscilações econômicas e da alta do dólar. Ela lembrou que o Brasil tem se mostrado resistente às adversidades macroeconômicas, o que garante confiança para o próximo ciclo de crescimento.
“O Brasil tem sido resistente a esses soluços macroeconômicos. Isso nos dá tranquilidade para esperar um 2026 forte”, afirmou. Ainda assim, ponderou que o cenário de 2027 traz incertezas, especialmente devido às eleições e à reforma tributária previstas para o próximo ano.
A executiva também destacou o avanço da companhia no mercado doméstico. Desde 2021, a Latam ampliou em 30% sua capacidade e anunciou a chegada de uma nova frota que permitirá maior eficiência operacional e conectividade entre cidades secundárias. “Temos dois competidores ainda fragilizados, com menor poder de investimento e dívidas mais elevadas. Isso nos coloca em posição mais favorável”, observou. Ela ressaltou, porém, que o mercado de voos internacionais pode enfrentar uma competição mais acirrada nos próximos anos, especialmente nas rotas entre América do Norte e Europa, em razão do aumento da oferta de aeronaves de longo curso por parte de outras companhias.
No campo político, Aline criticou as recentes propostas de caráter populista discutidas no Congresso, especialmente as que envolvem a gratuidade de certos atributos tarifários. “Não é dando gratuidade de atributos que vamos democratizar a aviação”, disse. Para ela, a segmentação tarifária é essencial à sustentabilidade das companhias aéreas.
“Quando criamos famílias tarifárias com menos atributos e preços menores, conseguimos alcançar públicos com menor disposição a pagar. Isso é o que permite o crescimento da aviação.” Ela acrescentou que a uniformização das tarifas compromete o planejamento estratégico da empresa e reduz a eficiência da precificação, dificultando o estímulo à demanda e a diversificação de público.
Aline também chamou atenção para o aumento dos custos operacionais, que afetam toda a indústria. Além de despesas básicas, como combustível e leasing, ela citou o crescimento de encargos tributários, a judicialização e as incertezas trazidas pela reforma fiscal. “Mesmo com essa pressão, a Latam está preparada para vencer. Operamos com baixo custo e uma estrutura eficiente, resultado de uma reestruturação feita no momento mais oportuno da indústria mundial”, afirmou.
Encerrando sua fala, a diretora reforçou a confiança no posicionamento da Latam como líder sólida e preparada para enfrentar os próximos desafios. “A Latam vai chegar onde a gente quiser. Temos as ferramentas, a robustez financeira e o serviço ao cliente mais forte da nossa história.”

