São Paulo (SP) – Durante o evento Insights, realizado no Palácio Tangará (SP), Aline Mafra, diretora de Vendas e Marketing da Latam Brasil, e Ricardo de Oliveira, gerente de Vendas da Delta no Brasil, compartilharam bastidores da evolução da joint venture (JV) entre as duas companhias aéreas, que completa três anos com resultados expressivos: 88% de aumento na oferta combinada de assentos, quase 15 milhões de passageiros transportados e 40% de participação de mercado nas rotas Brasil–Estados Unidos.
Aline lembrou que o voo São Paulo–Los Angeles, lançado em 2023, representou um divisor de águas para a parceria. “Todos sempre olharam Los Angeles como destino final, mas nós enxergamos o aeroporto também como um ponto estratégico de conexão para a Costa Oeste e a Ásia. A rota deu certo porque foi pensada com esse olhar conjunto, aproveitando o ‘feeding’ da Delta’”, destacou.
O sucesso da operação se apoia em uma malha que, hoje, soma 28 rotas diretas entre América do Sul e América do Norte, sendo quatro delas partindo do Brasil: São Paulo–Los Angeles, Rio–Atlanta, Rio–Nova York (sazonal) e a segunda frequência São Paulo–Atlanta.
Oliveira enfatizou que a integração comercial entre as equipes é um dos grandes diferenciais da JV. “Nós somos vendedores, estamos no campo com as agências, e o desafio foi criar um modelo unificado de atuação. Estruturamos dois formatos: o modelo integration, com atendimento direto dos executivos de conta da Delta, e o delegated, atendido pelos da Latam. Ambos seguem contratos e metas conjuntas, com os mesmos incentivos. Hoje, doze agências já fazem parte do programa e respondem por cerca de 40% do market share Brasil–EUA”, explicou.
Aline reforçou que a integração total do produto é prioridade: “Nosso cliente não deve sentir diferença entre comprar um voo da Delta ou da Latam. Trabalhamos para que a experiência, as condições comerciais e o reconhecimento sejam únicos. A segunda meta é eficiência para alinhar recursos e processos para que não haja sobreposição e a terceira é crescimento sustentável, entregando valor ao cliente e fortalecendo nossa presença no mercado.”
O mercado corporativo tem papel central nessa estratégia. Segundo Oliveira, ele representa a maior fonte de receita da JV, com 182 contratos globais ativos. “O passageiro corporativo é nosso foco principal. Ele tem o ticket médio mais alto e exige produtos à altura. Nosso trabalho é garantir que essa experiência seja premium, consistente e adaptada às políticas das empresas”, afirmou.
Aline acrescentou que o público executivo orienta parte dos novos investimentos da Latam. “Estamos implantando internet em toda a frota widebody e reformulando a cabine Premium Business, que terá mais privacidade. Além disso, lançaremos a Premium Comfort, classe intermediária inspirada no modelo da Delta, voltada a viajantes que buscam mais conforto, mas com custo menor que o da executiva”, explicou.
A integração também avança em novas rotas e hubs. Oliveira anunciou o Lima–Salt Lake City, com início em 4 de dezembro, que reforça o papel do hub peruano como porta de entrada para o turismo de inverno na América do Norte. “Já temos grupos de jornalistas e operadores confirmados para Park City, um dos melhores destinos de esqui do mundo. É um produto que amplia nossa presença e diversifica a oferta da JV”, afirmou.
Questionada sobre o futuro da aliança, Aline foi categórica: “Chegamos ao ponto em que somos nós que ditamos as metas. O Brasil é hoje o país com maior avanço dentro da JV, e isso nos dá liberdade para definir nossos próximos passos.”
Oliveira completou: “Três anos atrás começamos com um playbook e muitas dúvidas. Hoje, nos enxergamos como uma só empresa. A Latam é fundamental para o sucesso da Delta no Brasil e, juntos, já nos tornamos a escolha preferida do passageiro brasileiro e sul-americano nas viagens entre os dois países.”






