A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP) apresentou uma proposta que pode transformar radicalmente os requisitos de entrada no país para turistas estrangeiros. O texto, publicado no Registro Federal norte-americano, sugere que todos os viajantes não americanos – inclusive aqueles isentos de visto – passem a fornecer um conjunto ampliado de informações, incluindo histórico de redes sociais dos últimos cinco anos, endereços, telefones antigos, dados familiares e outros detalhes pessoais.
A medida também prevê a obrigatoriedade de selfie e a coleta de novos dados biométricos, como impressão da íris e amostras de DNA, além do rosto e das impressões digitais já requeridos atualmente na fronteira. A proposta ficará aberta para comentários públicos por 60 dias antes de avançar para análise final.
Hoje, viajantes que precisam de visto entregam informações básicas como e-mail, endereço fixo e telefone. Caso as mudanças entrem em vigor, esse conjunto seria significativamente ampliado e se tornaria compulsório para todos os visitantes. Para especialistas, a medida representa uma das alterações mais rigorosas já sugeridas no processo migratório dos EUA.
Nos últimos meses, relatos de deportações e negativas de entrada a estrangeiros por publicações críticas ao governo norte-americano voltaram a circular. Em um dos episódios mais recentes, um cientista francês foi impedido de entrar no país após mensagens consideradas hostis ao presidente serem encontradas em seu telefone.
O tema também ganha força no contexto político. Desde janeiro, o governo Trump tem adotado posicionamentos mais duros em relação a opositores e instituições, incluindo cortes de financiamento a universidades e críticas abertas a figuras públicas, o que alimenta o debate sobre liberdade de expressão e segurança.
Se aprovada, a nova política reconfiguraria completamente a experiência de entrada nos Estados Unidos e ampliaria substancialmente o volume de informações exigidas de visitantes internacionais. A CBP afirma que os dados adicionais ajudariam a reforçar controles de segurança e a identificar potenciais riscos antes da chegada dos viajantes.

