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Matheus Alves
Matheus Alves
Repórter - E-mail: matheus@brasilturis.com.br

IA no Turismo e o desafio de evitar a obsolescência

São Paulo (SP) – A discussão sobre o avanço da IA no turismo foi central , apresentada por Sabina Deweik, futurista e pesquisadora de tendências, durante a 4ª edição do Abav MeetingSP, realizada nos dias 10 e 11 de dezembro, no Meliá Paulista. Na palestra “IA no turismo: a nova fronteira para agências de viagens”, a especialista abordou o caráter disruptivo da tecnologia, os impactos no setor e o papel estratégico dos agentes de viagens.

No início da apresentação, Sabina contextualizou a aceleração tecnológica e ressaltou que a sensação coletiva de desatualização é comum. “Essa sensação não é individual, ela já tem nome. Ela chama “Fobo” (do inglês, fear of being obsolete), medo de ficarmos todos obsoletos”, afirma. Segundo ela, o volume de informações cresceu de forma inédita nos últimos anos, impulsionando mudanças que classificou como “exponenciais”.

A futurista explica que a inteligência artificial deixou de ser ferramenta secundária para se tornar eixo central do novo superciclo tecnológico. “A IA não é nova, mas ela se democratizou em 2023. Parece que faz um século, considerando os inúmeros impactos”, declara. Para ilustrar a velocidade da adoção, destacou que o ChatGPT levou dois meses para alcançar 100 milhões de usuários.

Sabina reforça que agentes de viagens não devem temer substituição, mas entender quais etapas do trabalho serão automatizáveis. “A IA serve para expandir você como profissional e não te diminuir. Aquilo que poderá ser automatizado será automatizado”, afirma. Ela destaca ainda que o diferencial competitivo continuará nas habilidades humanas. “A máquina não pode substituir emoção, empatia, colaboração, criatividade”, complementa.

Um dos pontos centrais da palestra foi o avanço dos chamados agentes de inteligência artificial, estruturas que atuarão de forma autônoma na organização de viagens, integrando reservas, preferências pessoais e pagamento. “Esses agentes vão colaborar entre si, vão interagir entre si e vão decidir por você”, explica. A mudança, segundo Sabino, exigirá que agentes de viagens atuem de forma mais estratégica em personalização e criação de valor.

Inovação sempre tem riscos

A palestrante alerta para o risco da “dívida cognitiva”, efeito observado em estudos do MIT que apontam perda de pensamento crítico quando profissionais delegam integralmente tarefas à IA. “Quem usa IA sem pensamento crítico vai atrofiar. Quem usa IA como parceira vai expandir”, declara.

Sabina também aborda casos de falhas, como roteiros inexistentes gerados por ferramentas generativas, para reforçar a importância da curadoria humana. “O agente de viagens será extremamente necessário”, pontua. “A viagem começa no algoritmo, mas termina no encontro do humano”, salienta.

Ao concluir, a futurista retomou a importância do papel do agente de viagens em um cenário de saúde mental fragilizada e aumento da solidão. “Você é o promotor de bem-estar do seu cliente”, reforça. “Você não pode ser um robô melhor, então se torne um ser humano melhor”, finaliza.

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