Inaugurado em 17 de dezembro de 2015, em meio ao processo de revitalização da Praça Mauá, o Museu do Amanhã chega aos seus dez anos como um dos principais ícones culturais do Brasil e uma referência internacional em museologia voltada para o futuro. Para marcar a data, a instituição abre as portas ao público com entrada gratuita durante todo o dia 17 de dezembro de 2025 e lança uma nova exposição temporária, ampliando ainda mais sua programação comemorativa.
Projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o edifício de linhas futuristas tornou-se parte indissociável da paisagem da Zona Portuária do Rio e ajudou a transformar a região em um polo cultural e turístico. Ao longo da última década, o Museu do Amanhã recebeu mais de 8 milhões de visitantes, figurando entre os museus mais visitados da América Latina e sendo, para muitos brasileiros, a primeira experiência em um espaço museológico.
Segundo Cristiano Vasconcelos, diretor do Museu do Amanhã, a celebração foi pensada para valorizar essa relação direta com o público. “Esse marco é uma amostra do acolhimento genuíno que o Museu recebeu por parte dos brasileiros e dos tantos turistas estrangeiros que aportaram aqui. E muito nos orgulha o fato de sermos um museu popular, frequentado por pessoas de todas as classes sociais, e por sermos a primeira experiência museal de muita gente. Por isso, não poderíamos comemorar essa década sem incluir nossos visitantes, e para eles preparamos uma programação especial que começa neste dia 17, o nosso aniversário, e segue ao longo de 2026”, afirma.
Nova exposição marca o aniversário
A principal estreia da data é a exposição “Oceano – O Mundo é um Arquipélago”, patrocinada pela Repsol e apoiada pela Fundação Grupo Boticário. A mostra propõe uma reflexão profunda sobre a vida marinha, suas múltiplas inteligências e os futuros possíveis para a relação entre humanidade e oceanos, por meio de uma experiência sensorial e imersiva.
A exposição se estrutura a partir dos eixos Memória, Atenção e Antecipação, alinhados aos Sete Princípios da Cultura Oceânica da Unesco. O percurso expositivo inclui ambientes como “Mergulho”, que simula a imersão sob as águas; “Vida”, onde se destaca o esqueleto de uma orca de sete metros cedido pelo Museu Nacional; e “Borda”, que aborda as respostas do oceano às pressões humanas, como a elevação do nível do mar. O circuito se encerra em “Arquipélago” e “Naufrágio”, espaços que combinam arte, ciência e imaginação para discutir comportamentos coletivos e futuros sustentáveis.
A curadoria é assinada por Fabio Scarano, Camila Oliveira e Caetana Lara Resende, reforçando o diálogo entre ciência, cultura e educação ambiental.
Renovação da exposição permanente e impacto social
Além da nova mostra, o público poderá conferir gratuitamente a primeira etapa da renovação da exposição permanente. O espaço anteriormente conhecido como Antropoceno foi substituído pela sala “Onde Estamos?”, que apresenta uma videoinstalação imersiva sobre o tempo presente, com direção de Estevão Ciavatta Pantoja e curadoria de Fabio Scarano, Liana Brazil e Luís Roberto Oliveira.
Ao longo de seus dez anos, o Museu do Amanhã promoveu mais de mil atividades públicas, impactando cerca de 50 mil participantes diretos, além de programas educativos contínuos que alcançaram mais de 27 mil pessoas. A instituição também se firmou como palco de debates globais, sediando eventos como encontros do G20 e o Prêmio Earthshot Prize, concedido pelo príncipe William, do Reino Unido.
Compromisso com o futuro e reconhecimento internacional
Com forte atuação na agenda climática, o Museu abriga iniciativas como a Cátedra Unesco de Alfabetização de Futuros e o programa Mulheres na Ciência e na Inovação, além de projetos voltados à comunidade do entorno da Pequena África, onde está inserido. Essa atuação local e global fez do Museu do Amanhã uma referência internacional, integrando redes como o Forms, ao lado de instituições como o Futurium, de Berlim, e o Museum of the Future, de Dubai.
Para Ricardo Piquet, diretor-geral do idg, organização social que gere o espaço, a trajetória confirma a força do projeto. “Há 10 anos, quando inauguramos o Museu do Amanhã, assumimos o compromisso de ir além – e cumprimos. Hoje somos referência internacional em museus voltados para o futuro, com projetos que aproximam a população da comunidade científica e inspiram a construção de amanhãs mais sustentáveis. Acreditamos na cooperação, nas diversas expressões da inteligência e na cultura como forças de transformação social. Cada projeto é um compromisso com o presente e um investimento nos futuros que desejamos”, afirma.






