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Turismo acessí­vel enfrenta grandes desafios no Brasil

Turismo acessível é oportunidade de desenvolvimento econômico e inclusão social, mas ainda não é uma realidade fácil para mais da metade das pessoas com deficiência Ministério do Turismo (MTur) aponta que no ano passado, 53,5% dos turistas com deficiência deixaram de viajar no Brasil por falta de acessibilidade.

À medida que se reconhece a importância de garantir que todos, independentemente das suas condições físicas ou sensoriais, possam desfrutar das experiências turísticas de forma plena e acessível, o turismo para pessoas com deficiência tem se tornado cada vez mais uma prioridade. Porém essa não é uma realidade tangível e as pessoas com deficiência enfrentam obstáculos consideráveis ao planejar e realizar suas viagens.

A Rede Empresarial de Inclusão Social (Reis) aponta que este cenário é reflexo da invisibilização de pessoas com deficiência na sociedade como um todo. “Além do dever ético e social, a inclusão de pessoas com deficiência é fundamental para as empresas acessarem um mercado volumoso e ávido por consumo no setor de turismo.  O mapeamento sobre o Perfil do Turista com Deficiência, divulgado pelo Ministério do Turismo no ano passado aponta que 23,39% dos participantes informaram ter renda própria de até um salário mínimo, enquanto 21,30% responderam que possuem renda superior a 6 salários mínimos.”, defende Djalma Scartezini, CEO da Reis.

O primeiro desafio começa quando o consumidor começa a planejar e precisa entrar em contato via site ou ir até uma agência de viagens para escolher o destino e fechar um pacote de viagem. Em seguida vem a falta de infraestrutura acessível, como hotéis, transporte público e pontos turísticos adaptados, além da escassez de informações claras e específicas sobre a acessibilidade dos destinos.

Além disso, os serviços de apoio e a falta de treinamento adequado para profissionais do turismo também são fatores que dificultam a inclusão. A pesquisa revelou que 53,5% dos turistas com idade entre 21 a 40 anos e que possuem algum tipo de deficiência deixaram de viajar para algum destino no país por falta de acessibilidade.

“Eu adoro viajar, mas tenho muita dificuldade e não tenho autonomia quando preciso fechar um pacote turístico e fazer uma pesquisa detalhada em relação ao destino antes de viajar. Os sites das agências de viagem não trazem acessibilidade para que possamos escolher um hotel ou um passeio e entender a classificação de cada um deles, por exemplo”, afirma Dinacleia Galdino, analista de dados do Serasa, que possui deficiência visual.

O CEO da Reis ressalta que apesar de o MTur propor uma série de medidas para promover o acesso de pessoas com deficiência com o lançamento do Programa Turismo Acessível em 2012, ainda falta investimento principalmente em acessibilidade atitudinal e posteriormente na acessibilidade física. Além de sites adaptados e profissionais especializados na área de acessibilidade, é necessário que haja cada vez mais investimento em infraestrutura com rampas, audioguias, cadeiras anfíbias, garantindo experiências inclusivas para que as pessoas com deficiência tenham acesso e autonomia para escolherem seus destinos e até viajarem sozinhos.

No Brasil, embora haja avanços, ainda existem desafios significativos no que diz respeito à acessibilidade, inclusão no mercado de trabalho, educação, participação ativa na vida pública e principalmente no acesso de pessoas com deficiência ao mercado e consumo de serviços. Conforme aponta o artigo 42 da Lei Brasileira de inclusão, a pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.

De acordo com levantamento realizado pela Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com base em informações do eSocial, em janeiro deste ano, mostra que o país tem 545,9 mil pessoas com deficiência e reabilitados do INSS inseridos no mercado formal. Isso infere que o turismo nacional possui uma parcela significativa de pessoas com deficiência interessadas em desfrutar desse serviço, mas ainda é necessário investimento robusto em políticas públicas de sensibilização sobre os direitos do turista com deficiência, demonstrando o quanto a promoção da acessibilidade agrega economicamente.

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