Em meio à escalada de protestos antiturismo em destinos europeus populares, os EUA emitiram um alerta de viagem para Portugal, Espanha e Itália. Esses países têm visto um aumento significativo nas manifestações motivadas por preocupações com o turismo excessivo, com moradores locais protestando contra o impacto do turismo na acessibilidade à moradia, nas economias locais e na preservação cultural.
Cidades como Barcelona, Lisboa, Milão e Veneza tornaram-se focos de crescente descontentamento, com moradores expressando frustração com o domínio de grandes empresas de viagens e o deslocamento de pequenas empresas. À medida que esses protestos se intensificam, os EUA aconselham os viajantes a terem cautela e se manterem informados sobre os acontecimentos locais, especialmente em áreas fortemente afetadas pelos distúrbios.
Viajantes que planejam visitar a Europa foram aconselhados a redobrar a cautela, visto que os protestos antiturismo continuam a se intensificar em vários países. Uma nova onda de manifestações levou o Departamento de Estado dos EUA a emitir alertas de viagem para destinos turísticos europeus populares, destacando as crescentes tensões relacionadas ao turismo excessivo e seus efeitos nas comunidades locais.
Aumento da agitação na Espanha, Portugal e Itália
A Embaixada dos EUA na Espanha emitiu recentemente um alerta, alertando os viajantes americanos sobre os protestos antiturismo que se espalham pelo país. Os protestos têm crescido em número e intensidade, alimentados pela frustração com o aumento do custo de vida e o domínio das grandes empresas de viagens nas economias locais. Cidades turísticas populares como Barcelona, San Sebastián, Valência e Palma de Maiorca estão entre as mais afetadas. Nessas áreas, os manifestantes expressaram sua insatisfação com o grande fluxo de turistas e o impacto no cotidiano dos moradores.
Um dos incidentes mais significativos ocorreu em Palma de Maiorca, onde manifestantes marcharam pelas ruas, atirando jatos de água contra turistas como um ato simbólico de resistência. Maiorca, uma ilha nas Baleares, é há muito tempo um destino turístico popular, mas o ressentimento local aumentou nos últimos anos com a escalada do turismo. Para muitos moradores, o aumento do turismo levou a um aumento nos custos de moradia, expulsando os moradores de suas comunidades. Isso intensificou os apelos por regulamentações mais rigorosas para o turismo.
Além da Espanha, os protestos também se espalharam para países vizinhos como Portugal e Itália. Em Lisboa, manifestantes agitavam cartazes com os dizeres “Lisboa contra a turistificação” e “Quando você chega, eu tenho que ir”, refletindo um sentimento crescente de que os turistas estão tomando conta da vida local. Da mesma forma, na Itália, cidades icônicas como Veneza e Milão têm sido o foco dos protestos, com as comunidades locais argumentando que o fluxo de visitantes está prejudicando seu patrimônio cultural e reduzindo sua qualidade de vida.
Por que os protestos antiturismo estão ganhando força?
Na última década, o rápido crescimento da indústria do turismo global trouxe benefícios econômicos para muitos destinos. No entanto, em algumas áreas, esse crescimento gerou sérios desafios sociais e econômicos. Em cidades como Barcelona, Lisboa e Veneza, os moradores locais estão cada vez mais se vendo obrigados a pagar preços exorbitantes em bairros que antes eram acessíveis. A proliferação de plataformas de aluguel de curta temporada, como o Airbnb, agravou o problema ao converter imóveis residenciais em acomodações turísticas, elevando os aluguéis e reduzindo a disponibilidade de moradias.
À medida que grandes empresas de viagens expandem sua influência nesses destinos populares, as pequenas empresas locais enfrentam dificuldades para competir. Com a chegada de mais turistas a cada ano, a pressão sobre a infraestrutura, os serviços públicos e os locais culturais tornou-se insustentável em alguns casos. Esses fatores contribuíram para uma onda de oposição, com muitos moradores locais buscando recuperar suas cidades e lidar com as consequências negativas do turismo excessivo.
Esforços dos governos para lidar com o turismo excessivo
Em resposta ao crescente sentimento antiturístico, alguns países europeus estão implementando novas políticas destinadas a regular o fluxo de visitantes. Em Barcelona, por exemplo, as autoridades locais tomaram medidas significativas para conter os efeitos do turismo excessivo.
A cidade anunciou recentemente planos para cancelar mais de 10 mil autorizações para aluguéis de curta temporada até 2028, em uma tentativa de enfrentar a crise imobiliária e garantir que mais imóveis estejam disponíveis para os moradores locais. Além disso, as autoridades decidiram aumentar as taxas turísticas para passageiros de cruzeiros com estadias inferiores a 12 horas, como parte de um esforço para aumentar a receita e limitar a pressão sobre a infraestrutura da cidade.
Veneza, uma cidade que já lida com os efeitos do turismo de massa, também introduziu uma taxa de entrada para turistas, numa tentativa de regular o número de visitantes. A medida, implementada na primavera de 2024, visa preservar o patrimônio único da cidade e reduzir a superlotação.
Em mais uma iniciativa para combater o turismo excessivo, o famoso sítio arqueológico de Pompeia, Patrimônio Mundial da Unesco, começou a limitar o número de turistas que podem visitá-lo por dia. A partir de novembro de 2024, o local terá um limite de 20,000 visitantes diários, a fim de proteger a integridade de suas ruínas antigas e reduzir o impacto ambiental do turismo de massa.
Avisos de viagem para a Europa
Dada a agitação em curso, o Departamento de Estado dos EUA emitiu alertas de viagem para vários países europeus. Desde maio, Espanha e Itália estão sob um alerta de Nível 2, que recomenda aos viajantes “exercerem maior cautela” devido ao risco de terrorismo e distúrbios civis. Portugal, por outro lado, permanece sob um alerta de Nível 1, que recomenda aos turistas que tomem “as precauções normais” durante a visita.
Para aqueles que planejam visitar esses países, o Departamento de Estado recomenda tomar precauções específicas para garantir a segurança e minimizar interrupções. Recomenda-se aos viajantes que permaneçam atentos em áreas com grande concentração de turistas, evitem grandes multidões e sejam cautelosos caso se encontrem perto de protestos em andamento. Também é importante manter-se atualizado sobre as notícias locais e as mudanças na situação de segurança, pois os protestos podem se intensificar rapidamente e impactar a vida cotidiana.
Dicas para viajantes com nível de alerta 2
Para americanos viajando para a Espanha ou Itália, o Departamento de Estado oferece várias dicas importantes de segurança:
- Esteja sempre atento ao que acontece ao seu redor, especialmente em áreas turísticas de muito tráfego.
- Evite participar ou se aproximar de grandes aglomerações ou protestos. Se você se encontrar inesperadamente em tais áreas, é aconselhável sair imediatamente.
- Monitore os meios de comunicação locais para obter atualizações sobre a situação e esteja pronto para ajustar seus planos de viagem, se necessário.
- Siga as instruções das autoridades locais sobre quaisquer fechamentos de estradas, desvios ou outras restrições de viagem.
- Mantenha um perfil discreto para minimizar o risco de atrair atenção indesejada.
- Considere se inscrever no Programa de Inscrição de Viajantes Inteligentes (STEP) para receber alertas importantes das embaixadas dos EUA.
- Revise a Lista de Verificação do Viajante do Departamento de Estado dos EUA e familiarize-se com as condições de segurança dos países que você está visitando.
Além disso, os viajantes são incentivados a consultar o site dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) para obter os avisos de saúde e viagens mais recentes, bem como quaisquer restrições ou diretrizes relacionadas à COVID-19 que possam estar em vigor.
Os EUA emitiram um alerta de viagem para Portugal, Espanha e Itália devido à escalada dos protestos antiturismo, motivados por preocupações locais com a acessibilidade da moradia, o turismo excessivo e o impacto das grandes empresas de viagens nas economias locais. Os viajantes são incentivados a ter cautela e a se manterem atualizados sobre os acontecimentos locais.
Concluindo, embora a Europa continue sendo um dos principais destinos de viagem para milhões de americanos todos os anos, é essencial que os viajantes se mantenham informados e tomem as devidas precauções diante dos crescentes protestos antiturismo. Seguindo as diretrizes de segurança e se preparando para interrupções inesperadas, os visitantes podem garantir uma viagem mais segura e agradável, enquanto navegam pelas complexidades do turismo moderno na Europa.