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Jet lag afeta hormônios do sono e pode comprometer saúde

Especialista explica como o corpo reage ao jet lag e orienta sobre estratégias para acelerar a adaptação ao novo fuso horário

As viagens internacionais para destinos com grande diferença de fuso horário em relação ao Brasil podem causar impactos significativos no equilíbrio hormonal relacionado ao ciclo sono-vigília. O fenômeno, conhecido como jet lag, vai muito além do simples cansaço e pode afetar diversos aspectos da saúde.

“Quando viajamos para países com diferença de fuso horário superior a três horas, nosso relógio biológico interno, controlado pelo hipotálamo, sofre um descompasso em relação aos sinais externos de luz e escuridão. Isso provoca uma desregulação na produção de hormônios essenciais como a melatonina e o cortisol, responsáveis por regular nosso ciclo de sono e despertar”, explica a endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato.

A melatonina, principal hormônio do sono, é produzida pela glândula hipófise durante a noite e sua secreção é inibida pela exposição à luz. Quando há mudança brusca de fuso horário, o corpo continua produzindo melatonina nos horários correspondentes ao país de origem, causando sonolência durante o dia e insônia à noite no novo destino.

“Um brasileiro que viaja para o Japão, por exemplo, enfrenta uma diferença de 12 horas no fuso horário. Isso significa que seu corpo estará querendo dormir justamente quando é dia no novo destino, e vice-versa”, destaca a especialista.

Além da melatonina, outros hormônios também são afetados:

  • Cortisol: Normalmente mais elevado pela manhã para nos despertar, pode estar desregulado, causando fadiga diurna e dificuldade para acordar.
  • Hormônios tireoidianos: Podem sofrer alterações temporárias, afetando o metabolismo e a energia.
  • Insulina e hormônios relacionados ao apetite: Podem ser desregulados, levando a alterações no apetite e na digestão.

Dra. Lorena Amato ressalta que os efeitos são mais intensos em viagens para o leste (como Europa e Ásia) do que para o oeste (como Estados Unidos), pois é mais difícil para o organismo adiantar o relógio biológico do que atrasá-lo.

“Para cada hora de diferença no fuso horário, o corpo leva aproximadamente um dia para se adaptar completamente. Assim, uma viagem com 6 horas de diferença pode exigir quase uma semana para adaptação hormonal completa”, afirma.

Recomendações da Dra. Lorena Amato para minimizar os impactos hormonais:

  • Adaptação gradual: Se possível, comece a ajustar seus horários de sono alguns dias antes da viagem;
  • Exposição à luz: Busque luz natural pela manhã no destino para ajudar a regular a produção de melatonina;
  • Hidratação e alimentação: Mantenha-se bem hidratado e prefira refeições leves nos primeiros dias;
  • Atividade física moderada: Exercícios leves podem ajudar na adaptação, desde que não muito próximos ao horário de dormir;
  • Suplementação de melatonina: Em alguns casos, sob orientação médica, a suplementação pode ser recomendada

A especialista finaliza lembrando que, embora temporários, os efeitos da desregulação hormonal causada pelo jet lag podem impactar negativamente a experiência de viagem e até mesmo compromissos profissionais. “Planejar a viagem considerando o tempo necessário para adaptação é fundamental para minimizar esses impactos”, conclui a endocrinologista.

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Matheus Alves
Matheus Alves
Repórter - E-mail: matheus@brasilturis.com.br

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