Após encerrar a obrigatoriedade de retirada de sapatos nas filas de inspeção dos aeroportos dos Estados Unidos, a Administração de Segurança no Transporte (TSA) pode revisar, nos próximos anos, outras normas que impactam diretamente a experiência dos passageiros — como as restrições ao transporte de líquidos, a retirada de notebooks e a obrigatoriedade de remover cintos.
“Every rule is being evaluated”, afirmou a secretária do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem, ao anunciar a mudança. O setor de turismo respondeu positivamente à abertura para revisão. Em nota, a U.S. Travel Association declarou: “Her remarks suggesting that changes to liquid restrictions may be next show a clear commitment to modernizing air travel through risk-based decision-making and advanced screening technology.”
A flexibilização dessas regras depende diretamente da ampliação do uso de scanners com tecnologia de tomografia computadorizada (CT), que já estão em funcionamento em 278 aeroportos norte-americanos. Os equipamentos, capazes de detectar substâncias explosivas em líquidos e objetos eletrônicos, permitem que os passageiros mantenham laptops e garrafas pequenas (até 100 ml) dentro da bagagem. No entanto, a cobertura total desses scanners nos EUA só deve ocorrer em 2043, devido a limitações orçamentárias.
Jeff Price, ex-diretor assistente de segurança do Aeroporto de Denver, alerta para riscos em mudanças antecipadas: “It should wait because there’s still a lot of airports that don’t have that technology and I think that would represent too much of a gap in the system.”
Em relação aos notebooks, a exigência de retirá-los da bagagem foi reforçada após um atentado frustrado em 2016, quando explosivos foram escondidos dentro de um laptop. Ainda assim, Price acredita que essa exigência pode ser eliminada antes da regra dos líquidos, graças aos avanços tecnológicos já implementados.
Outra política em análise é a de retirada de cintos. O professor Sheldon Jacobson, da Universidade de Illinois, prevê que essa será a próxima medida eliminada. No entanto, ele pondera que cintos metálicos frequentemente acionam alarmes, o que pode, paradoxalmente, retardar a triagem. Para ele, o caminho mais promissor para modernização está na expansão do uso de tecnologias de reconhecimento facial, que dariam mais segurança sobre a identidade do viajante e tornariam desnecessárias algumas etapas físicas do controle.
Embora mudanças estejam em pauta, Jacobson não acredita que isso reduzirá o interesse pelo programa TSA PreCheck. “Passing through a metal detector rather than a full body scanner alone is worth the price”, afirmou.