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Rafael Destro
Rafael Destro
Redator - E-mail: Rafael@brasilturis.com.br

BLTA apresenta Anuário e destaca crescimento de receita e diária média

Anuário 2024 da BLTA mostra avanço do turismo de luxo no Brasil, com crescimento de receita, alta da diária média e maior engajamento em sustentabilidade

São Paulo (SP) – A divulgação dos dados do Anuário da Brazilian Luxury Travel Association (BLTA) é sempre um momento importante e aguardado pelos associados e pelo setor. Nesta terça-feira (26), a BLTA apresentou os resultados do estudo, realizado em parceria com o Senac São Paulo, em evento para convidados na Casa de Cultura do Parque, em São Paulo.

O levantamento indica aumento do faturamento bruto dos hotéis e do valor da diária média, com desempenho consistente do segmento de luxo no Brasil. O crescimento das operadoras de turismo, tanto no mercado doméstico quanto no internacional, e o maior engajamento dos associados em causas socioambientais também se destacaram no levantamento.

Acesse o Anuário da BLTA.

Anuário 2025 da BLTA. Foto: reprodução

Diante dos dados apurados, Roberto Klabin, presidente do Conselho da BLTA, ressaltou que o turismo de luxo no Brasil vive um momento de expansão, oferecendo vivências marcantes que projetam o país no cenário internacional. Ele enfatizou que, nos últimos anos, a infraestrutura e os serviços hoteleiros deram um salto de qualidade.

“Esse avanço não apenas fortalece novos destinos e estimula práticas sustentáveis no país, como também engaja cada vez mais gestores na implementação de iniciativas de impacto positivo para os negócios e para a qualidade dos lugares onde atuam”, contextualizou Klabin, acrescentando que a associação seguirá atuando para ampliar conexões, aproximar mercados e consolidar o turismo de alto padrão brasileiro como referência global de hospitalidade e sustentabilidade.

Camilla Barretto, CEO da BLTA, em entrevista ao Brasilturis também reforçou a expansão do turismo de luxo no Brasil. Segundo ela, o aumento da diária média é expressivo e reflete um movimento positivo: “Vemos um aumento consistente das diárias médias, que pode ocasionar uma pequena queda na ocupação, mas atrai justamente o turista disposto a pagar mais por uma experiência única e exclusiva nos hotéis que sabem oferecer o melhor da hospitalidade”, afirmou.

Camilla Barreto durante a apresentação do Anuário. Foto: Rafael Destro/Brasilturis

Sobre a situação do mercado, ela apontou que as experiências estão cada vez mais presentes: “O mercado de luxo no Brasil é crescente. Existe um desejo pelo que é único e exclusivo. Hoje, o luxo está muito ligado à memória afetiva e às sensações que pode proporcionar. Luxo é tempo, natureza, simplicidade, autenticidade. Não precisa ser material, mas precisa ser sentido”.

Camilla também explicou a nova metodologia de auditoria para adesão de associados, implementada em 2024. “Colocamos em prática um processo de auditoria através do On You cliente oculto, conduzido por avaliadores especializados. Essa metodologia garante que os hotéis e operadoras atendam critérios de excelência de forma objetiva, considerando a pluralidade e diversidade do turismo de luxo no Brasil.”

Outro avanço apontado foi a meta de sustentabilidade. “Hoje dizemos que o luxo é indissociável da sustentabilidade. Até 2029, todos os associados terão de ser certificados em ESG, com certificações reconhecidas internacionalmente, alinhadas aos ODS da ONU e verificadas periodicamente. O objetivo não é punir, mas orientar e elevar o nível da hospitalidade brasileira”, concluiu Camilla.

Mercado em alta

Os números do Anuário confirmam a expansão do setor. O faturamento conjunto dos associados alcançou R$ 3,3 bilhões, crescimento de 12,7% em comparação a 2023. A diária média dos hotéis chegou a R$ 3.267, alta de 29,3%, acompanhada de RevPAR de R$ 1.577 (+11,7%). A média de colaboradores por unidade habitacional foi de 3,16, índice elevado em relação à hotelaria tradicional.

Nas operadoras de viagem, o ticket médio doméstico foi de R$ 15.605 (+67%) e o ticket médio inbound (clientes internacionais), R$ 20.420 (+33,4%). No turismo doméstico, 86% das viagens duraram até sete dias, enquanto 55% dos viajantes internacionais optaram por períodos entre oito e 14 dias.

“Os associados estão confiantes e animados”, disse Camilla. “Tivemos saldo final positivo em 2024 para 60,8% dos meios de hospedagem respondentes. Entre as operadoras, 60% consideraram o ano positivo e 40% o consideraram muito positivo. O Brasil segue aumentando o fluxo de turistas internacionais desde o início do ano, e certamente 2025 baterá muitos recordes.”

Confira, abaixo, os indicadores do Anuário 2024:

Dados financeiros e operacionais

  • Faturamento bruto estimado por hotéis: R$ 3,3 bilhões (+12,7% em relação a 2023)
  • Diária média: R$ 3.267 (+29,3%)
  • RevPAR (Receita por Quarto Disponível): R$ 1.577 (+11,7%)
  • Número de hóspedes atendidos: 1.023.711
  • UH disponíveis no ano: 1.157.415 (+1%)

Perfil do hóspede – Origem

  • Brasil: 68,8%
  • Europa: 14,9% (maioria França)
  • América do Norte: 9,6% (principalmente Estados Unidos)
  • América Latina: 4,6% (Argentina em destaque)

Motivos de viagem

  • Lazer (férias, feriados e finais de semana): 60%
  • Negócios/eventos: 10%
  • Viagens com família/amigos: 10%

Tipo de hóspede

  • 67,9% são viajantes individuais independentes (FIT)

Tempo médio de permanência

  • 59% dos hóspedes ficam até 3 diárias

Origem das reservas

  • 45,6% balcão/venda direta
  • 22,7% OTA (agências de viagem online)
  • 16% operadoras

Eventos e Destinos

Eventos que mais atraem hóspedes:

  • Réveillon (87%)
  • Carnaval (73%)
  • Casamentos (58%)

Destinos mais procurados:

  • Rio de Janeiro (capital)
  • Foz do Iguaçu
  • Pantanal
  • Litoral da Bahia
  • Manaus
  • Salvador

Sustentabilidade e impacto social

Certificações e práticas

  • 100% usam iluminação natural
  • 96% compram de produtores locais
  • 91% têm plano de carreira para colaboradores
  • 94% reduziram o uso de plástico
  • 69% dos hotéis e 67% das operadoras apoiam projetos socioambientais

  • No final de 2024, 37% dos hotéis associados e 33% das operadoras já possuíam ou haviam iniciado processo de certificação em ESG

Foco dos projetos

  • Educação e desenvolvimento econômico: 47% cada
  • Conservação ambiental: 43%

Impactos positivos relatados

  • Formação e conhecimento para comunidades: 50%
  • Geração de renda e novos negócios: 50%

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