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Matheus Alves
Matheus Alves
Repórter - E-mail: matheus@brasilturis.com.br

Conflitos com passageiros em voos e aeroportos no Brasil crescem 87%

Abear registra 979 ocorrências de conflitos com passageiros entre janeiro e julho, contra 523 no mesmo período de 2024

Os conflitos envolvendo passageiros em aeroportos e aviões quase dobraram no Brasil em 2025. De acordo com levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), foram registrados 979 casos de janeiro a julho, contra 523 no mesmo período de 2024, o que representa aumento de 87%.

Os episódios incluem tumultos, agressões físicas e depredações, muitas vezes causados por um único passageiro que acaba impactando centenas de pessoas. Em Guarulhos (SP), por exemplo, um cliente bloqueou o embarque após perder o voo, enquanto em Viracopos (SP) uma passageira arremessou objetos e quebrou vasos antes de ser presa em flagrante. Houve ainda registros em aeroportos de Vitória (ES) e Pelotas (RS), ambos com prisões após depredações e agressões.

Nem todos os casos estão relacionados a atrasos. Em um episódio envolvendo a Latam, uma agente de aeroporto foi agredida por um estrangeiro. Para Mauro Matias, psicólogo e ex-comissário, situações como essa têm impacto direto nos profissionais. “Eles são treinados a não responder, a tentar acalmar e abafar aquela situação. Essa agressividade, quando não encontra um expoente externo, se volta para dentro de si”, explica.

Setor pressiona por regras mais duras

Em postagem no Linkedin, Jerome Cadier, CEO da Latam Airlines Brasil, destacou a necessidade de medidas regulatórias. “Muitos profissionais são desrespeitados e até agredidos por passageiros. E esse mesmo passageiro pode voar novamente no dia seguinte, como se nada tivesse acontecido. Em vários países existem listas que impedem temporariamente o embarque até que o caso seja analisado. No Brasil, ainda não temos essa regulação e há anos estamos discutindo isto sem avanços. Esta mudança é urgente”, afirma.

conflitos passageiros
Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil. Crédito: Roberto Setton/Divulgação

A Abear também defende regras mais duras para lidar com passageiros indisciplinados. “O que a gente tem hoje é um passageiro indisciplinado, ele é retirado do voo. Ele tenta fumar a bordo, agride um comissário e no outro dia volta a viajar. É exatamente isso que queremos evitar”, declara Raul de Souza, diretor de operações de segurança de voo da entidade.

Segundo a Agência Nacional de Aviação (Anac), a proposta de regulamentação sobre passageiros indisciplinados está em fase avançada e passa por ajustes internos. Hoje, a legislação brasileira proíbe objetos que representem risco a bordo, mas não impede que passageiros que causaram conflitos e confusão possam viajar novamente no dia seguinte.

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