O Sindepat (Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas), em parceria com o Itaipu Parquetec, apresentou o estudo “Turismo Sustentável – Como os parques e atrações estão incorporando a sustentabilidade”. A pesquisa traça um panorama inédito sobre o grau de maturidade do setor nas dimensões ambiental, social, cultural e de governança (ESG) e indica que, embora os avanços sejam consistentes, ainda há um longo caminho a ser percorrido rumo à consolidação de práticas sustentáveis mais amplas e estruturadas.
De acordo com o presidente do Conselho de Administração do Sindepat, Pablo Morbis, o diagnóstico é um ponto de partida para orientar políticas e decisões do setor. “Os pilares ESG são mandatórios hoje. Não se pode pensar em desenvolvimento de qualquer setor sem olhar para questões ambientais, sociais e de governança. Como associação, precisamos conhecer a maturidade dos parques e atrações para adequarmos nossas ações em ESG às reais necessidades. Conseguimos isso com este primeiro estudo”, afirmou.
O levantamento, que contou com 93 respostas de empreendimentos de todo o país, revelou que o nível de maturidade em sustentabilidade é considerado moderado. A maioria dos parques e atrações demonstra consciência ambiental e já adota medidas básicas, como o uso de lâmpadas LED e torneiras com temporizador. No entanto, o estudo mostra que ainda há pouca diversificação nas ações, especialmente na implementação de fontes alternativas de energia, no reaproveitamento de águas pluviais e na adoção de produtos ecológicos.
Na dimensão social, o diagnóstico destaca avanços significativos, como a contratação de profissionais da comunidade local, mas também aponta lacunas nas áreas de acessibilidade, capacitação contínua e valorização da diversidade. O estudo indica que as ações sociais precisam se tornar mais estruturadas para ampliar o impacto positivo nas comunidades do entorno.
Em relação à dimensão cultural, 64% dos empreendimentos afirmam apoiar a conservação do patrimônio cultural e 72% priorizam artistas locais em eventos e programações, demonstrando engajamento crescente com a valorização da cultura regional. Já na governança, o relatório identifica práticas éticas e colaborativas, mas ressalta a necessidade de maior transparência e integração territorial para o fortalecimento de uma governança estratégica e participativa.
“O relatório mensura a maturidade em sustentabilidade dos parques e atrações turísticas do Brasil para orientar gestores, empreendedores e formuladores de políticas públicas rumo a um turismo mais responsável”, destacou Yuri Benites, diretor de Turismo do Itaipu Parquetec. Segundo ele, o estudo representa “mais que um diagnóstico: ele nos permite enxergar onde estamos e, principalmente, para onde queremos ir”.
Pablo Morbis reforça que o engajamento dos empreendimentos será essencial para evoluir nos próximos ciclos da pesquisa. “Com alegria vemos que mais de 77% dos empreendimentos afirmam assumir responsabilidade por impactos ambientais que suas operações causam de forma prioritária. Ao mesmo tempo, o diagnóstico aponta uma diretriz relevante: a importância do letramento e aprofundamento sobre pautas, como mudanças climáticas, matriz energética e patrimônio cultural. A capacitação do setor se faz fundamental nas várias vertentes da jornada ESG”, concluiu.
O estudo, que contou com a participação de parques aquáticos, temáticos, naturais e urbanos, além de zoológicos, aquários e centros de entretenimento familiar, reforça o papel estratégico do turismo sustentável como vetor de desenvolvimento econômico, social e ambiental. O Sindepat e o Itaipu Parquetec planejam transformar os resultados em ações práticas, fortalecendo a agenda ESG e incentivando novos compromissos em prol de um turismo mais responsável no Brasil.