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Maurício Herschander
Maurício Herschander
Repórter - E-mail: mauricio@brasilturis.com.br

Viagens corporativas nos EUA devem movimentar US$ 407 bilhões até 2028

Estudo mostra que o segmento passa por uma fase de reinvenção com queda prevista para 2025, mas forte influência da IA e foco em pequenas e médias empresas

O mercado de viagens corporativas nos Estados Unidos vive um momento de transformação. Após um avanço de 3% em 2024, o setor deve registrar uma leve retração de 1% em 2025, antes de retomar um crescimento consistente entre 3% e 4% ao ano a partir de 2026. As projeções indicam que o volume bruto de reservas (gross bookings) do segmento ultrapassará US$ 407 bilhões até 2028, segundo o relatório U.S. Corporate Travel Landscape 2025: Market Size, Policy and the Impact of AI, elaborado pela Phocuswright Research.

Apesar de o mercado total de viagens nos EUA apresentar expansão de 2% em 2025, alcançando US$ 506,8 bilhões, a recuperação das viagens corporativas ocorre de maneira desigual. Enquanto as pequenas e médias empresas (PMEs), os eventos corporativos e as viagens em grupo puxam a retomada, as grandes corporações seguem com volume estagnado, o que tem levado fornecedores a rever estratégias comerciais e renegociações contratuais.

Inteligência artificial transforma o mercado

A adoção de inteligência artificial (IA) deixou de ser uma tendência e se tornou uma ferramenta essencial na gestão de viagens corporativas. Mais da metade dos viajantes de negócios nos Estados Unidos já utilizam recursos baseados em IA para pesquisar, reservar e gerenciar suas viagens.

De acordo com a Phocuswright, as soluções de IA generativa e assistentes inteligentes estão revolucionando processos como o planejamento de itinerários, o remanejamento de voos e o controle de despesas. Para gestores e fornecedores, a tecnologia traz ganhos de eficiência e personalização, mas também impõe desafios relacionados à segurança de dados, gestão de custos e ajuste de políticas internas.

Entre o lazer e o trabalho: o avanço do “bleisure”

Outro destaque do relatório é a consolidação das viagens híbridas — a combinação de negócios e lazer, conhecida como bleisure. À medida que as fronteiras entre trabalho e descanso se tornam mais tênues, as empresas enfrentam o desafio de equilibrar autonomia dos viajantes e cumprimento das políticas corporativas.

Embora os índices de conformidade permaneçam altos, a pesquisa indica que fatores como preço, conveniência e programas de fidelidade ainda motivam reservas fora das plataformas oficiais, criando lacunas de dados e reduzindo o poder de negociação das empresas junto aos fornecedores.

Novas prioridades dos líderes do setor

O estudo da Phocuswright aponta que o mercado de viagens corporativas está em um ponto de inflexão estratégico. O crescimento futuro dependerá menos dos grandes contratos corporativos e mais de PMEs, eventos presenciais e viagens híbridas.

Para se manterem competitivos, os gestores de viagens precisarão repensar políticas, investir em tecnologia e integrar a IA aos processos de forma segura e eficaz. Já os fornecedores e investidores devem enxergar o avanço da automação e as mudanças de comportamento dos viajantes como sinais claros sobre onde inovar e apostar nos próximos anos.

As viagens corporativas, que já foram marcadas pela rigidez e previsibilidade, agora caminham para um modelo mais fluido, conectado e centrado no viajante — onde a tecnologia e o bem-estar têm papel determinante no sucesso das estratégias empresariais.

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