Rio de Janeiro (RJ) – A Azul Linhas Aéreas participou da Abav Expo 2025 com uma mensagem clara de estabilidade e confiança. Em meio ao processo de Chapter 11, mecanismo de reestruturação judicial usado nos Estados Unidos, a companhia garantiu que segue dentro do cronograma planejado e deve concluir a recuperação até o fim de fevereiro ou início de março de 2026, mantendo todos os compromissos com clientes, investidores e parceiros.
“Estamos finalizando as negociações de frota e seguimos exatamente dentro do que foi traçado. Entramos no Chapter 11 já com um plano estruturado e com o apoio dos principais credores, o que tornou o processo mais ágil e eficiente”, explicou Daniel Bicudo, vice-presidente de Negócios Comerciais da Azul. Segundo ele, a estratégia se apoia em dois pilares: rentabilidade e atendimento ao cliente.
Recuperação e eficiência operacional
Durante o processo, a Azul revisou sua malha, ajustou contratos, reavaliou ativos e aprimorou processos internos. “Nosso foco é a sustentabilidade do negócio. Saímos de algumas rotas, mas sempre priorizando a rentabilidade e a entrega de um produto de qualidade”, destacou Ricardo Bezerra, gerente-geral de Lazer da companhia.
Os resultados já são perceptíveis. A aérea alcançou pontualidade de 92%, um dos melhores índices do mundo, e voltou a registrar crescimento de mais de 1 milhão de passageiros transportados no comparativo entre janeiro e agosto deste ano. “Esse processo, embora desafiador, nos ajudou a reorganizar a empresa e aprimorar a experiência do cliente”, complementou Bicudo.
Alta temporada e segmentação do negócio
A Azul também apresentou suas apostas para a alta temporada 2025/2026. Cerca de 45% das rotas de Congonhas serão temporariamente convertidas para destinos de lazer, como Maceió, Natal, João Pessoa, Ilhéus e Fortaleza, entre dezembro e fevereiro. A estratégia visa otimizar a utilização da frota e ampliar a oferta para o turismo doméstico.
Do total de assentos, 30% foram bloqueados para operadoras montarem pacotes exclusivos, reforçando a sinergia com o trade. “Queremos garantir que o agente de viagens tenha as mesmas oportunidades de venda que as lojas próprias da Azul. Todos concorrem em igualdade de condições”, afirmou Bezerra.
Além disso, a companhia reforçou o modelo de segmentação comercial, separando áreas dedicadas a lazer, corporativo e consolidação. O objetivo, segundo Anderson Serafim, gerente-geral de Corporativo, é oferecer atendimento mais personalizado e ágil. “Mesmo durante o Chapter 11, conquistamos participação no mercado corporativo e mantivemos a confiança dos clientes. A pontualidade e a regularidade são fundamentais para esse público”, pontuou.
Otimismo para 2026
O balanço de 2025 é considerado desafiador, mas promissor. “Foi um ano de readequação e aprendizado. Em 2026, o crescimento de oferta será mais estável, em torno de 2% a 3%, mas com aumento de receita e maior equilíbrio entre operação e rentabilidade”, afirmou Bicudo.
Com o apoio de investidores como American Airlines e United Airlines, a Azul procura se mostrar como uma das companhias mais sólidas do país. O plano de reestruturação tem sido aprovado sem ressalvas nas audiências da corte norte-americana. “Todas as etapas foram cumpridas com sucesso. Seguimos fortes, pontuais e prontos para sair do Chapter 11 dentro do prazo”, concluiu Daniel Bicudo.
Na Abav, o grupo reforçou ainda seu compromisso com o trade turístico, destacando a importância da parceria com agentes e operadoras.
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