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Matheus Alves
Matheus Alves
Repórter - E-mail: matheus@brasilturis.com.br

EEA propõe padronização de relatórios sustentáveis em hotéis

Iniciativa da EEA quer alinhar relatórios de sustentabilidade do setor às normas internacionais IFRS S1 e S2

A Energy & Environment Alliance (EEA), coalizão internacional que reúne mais de 50 mil hotéis e cerca de 360 bilhões de libras em capital de hospitalidade e imóveis, iniciou em 21 de outubro uma consulta pública global voltada ao estabelecimento dos primeiros padrões de reporte de sustentabilidade com confiabilidade financeira para o setor de hospedagem. A iniciativa é conduzida pela Força-Tarefa da EEA sobre Padrões de Reporte de Sustentabilidade em Hotéis e Hospedagem, em parceria com a King’s Business School.

“O desempenho em sustentabilidade agora impacta diretamente como os ativos são financiados, segurados e avaliados”, afirma Ufi Ibrahim, fundadora e CEO da EEA. “A questão para o nosso setor não é mais se devemos divulgar — mas como fazê-lo de maneira comercialmente inteligente, credível e comparável entre mercados. Esta consulta está moldando o futuro do setor”, complementa.

Os padrões propostos seguem as diretrizes IFRS S1 e S2, já adotadas ou em análise em mais de 30 economias, incluindo Brasil, Austrália, Canadá, União Europeia, Índia, Japão, Singapura, África do Sul e Reino Unido. As normas exigem que as empresas apresentem informações de sustentabilidade com o mesmo rigor dos dados financeiros, abordando emissões, resiliência, planos de transição e fatores que influenciam o valor de longo prazo.

Segundo o professor Marc Lepere, chefe de ESG e Sustentabilidade da King’s Business School, a ausência de métricas específicas limita a capacidade de investidores avaliarem riscos com precisão. “Os padrões propostos traduzem as regras globais de relatórios em uma linguagem financeira compreendida pelos mercados de capitais, conectando diretamente o desempenho em sustentabilidade ao valor da empresa”, explica.

Camilla Barretto, CEO da Brazilian Luxury Travel Association (BLTA), ressaltou a importância da participação brasileira. “O setor de hospitalidade e turismo do Brasil está intrinsecamente ligado à nossa riqueza natural e cultural — ativos preciosos e, ao mesmo tempo, frágeis. Ao participar desta consulta global, garantimos que mercados emergentes como o nosso tenham voz na definição dos padrões que orientarão o investimento e o crescimento sustentável nas próximas décadas”, declara.

Para Laura Lee Blake, presidente e CEO da Asian American Hotel Owners Association (AAHOA), o momento é de transformação. “As expectativas dos investidores e as demandas dos hóspedes estão mudando rapidamente. Participar desta consulta global com a EEA garante que os proprietários de hotéis tenham acesso a capital, atendam às exigências de transparência e possam competir globalmente”, comenta.

Já Rosanna Maietta, presidente e CEO da American Hotel & Lodging Association (AHLA), destacou que a sustentabilidade passou a ser uma prioridade central. “Não basta mais contar uma história — precisamos garantir que nossas divulgações sejam tão robustas e confiáveis quanto nossas demonstrações financeiras. A consulta da EEA é um marco significativo”, afirma.

A consulta global está aberta até 28 de fevereiro de 2026 e recebe contribuições de investidores, proprietários, gestores de ativos, operadores, credores e seguradoras do setor. As recomendações recebidas servirão de base para o envio dos padrões finais à Fundação IFRS (International Financial Reporting Standards Foundation) em 2026.

Mais informações estão disponíveis no site oficial da aliança.

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