São Paulo (SP) – A noite desta terça-feira (9), no Palácio Tangará, foi marcada pelo Momento Latam Trade. Reunindo parceiros, executivos e representantes de todo o país, o evento foi palco para uma conversa aprofundada com Aline Mafra, diretora de Vendas e Marketing da Latam no Brasil. Em entrevista, a executiva revisitou os desafios enfrentados pela companhia em 2025, celebrou conquistas estratégicas e antecipou as prioridades que devem pautar 2026, com foco especial em competitividade, expansão de produto e fortalecimento do canal indireto.
Desafios de 2025: competitividade como eixo central
Ao avaliar o ano, Aline foi enfática ao explicar que o principal desafio da Latam em 2025 esteve diretamente ligado à capacidade da companhia de se manter competitiva em um ambiente permeado por instabilidades macroeconômicas, variações na demanda e pressões de custo — especialmente dólar e combustível. Segundo ela, o caminho encontrado pela empresa foi reforçar a eficiência operacional para sustentar investimentos contínuos.
“Quanto mais competitivo você é, mais você aguenta a pressão, seja macroeconômica, seja de demanda, seja de custos”, destacou a executiva. Essa eficiência, explica, permitiu que a Latam mantivesse uma espiral positiva: gerar resultado, reinvestir no produto, capturar valor e devolver qualidade ao passageiro.
O reflexo mais concreto dessa estratégia foi a ampliação agressiva da oferta. “O meu maior orgulho é: todos os anos, a Latam foi quem mais colocou assentos no Brasil”, disse Aline, ressaltando a confiança da empresa em sua competitividade mesmo diante de um cenário imprevisível.
Metas alcançadas: novas rotas, novos produtos e expansão robusta
Entre os objetivos que a Latam conseguiu cumprir com maior impacto em 2025, Aline cita a expansão da malha e o avanço de projetos estruturais de produto. A empresa saltou de 44 para 56 aeroportos e já anunciou a chegada ao 63º destino no próximo ano. Além disso, confirmaram-se investimentos aguardados há anos, como Wi-Fi nos aviões widebody e a nova cabine intermediária, vista pela executiva como um “game changer” pela capacidade de equilibrar conforto e preço nos voos longos.
Outro destaque foi a consolidação da Premier Economy, lançada como produto estratégico por sua flexibilidade e adaptação à demanda de cada rota. Em voos mais longos, por exemplo, a penetração cresce significativamente, chegando a quatro ou cinco fileiras.
No internacional, a força comercial pôde ser medida pela performance do recém-anunciado voo para Amsterdam — destino mais vendido da Black Friday da companhia. Bruxelas, que estreia em junho, chega com outra proposta: construir demanda corporativa e étnica em um mercado onde a Latam será a única operadora. No nacional, como já é de costume, o Rio de Janeiro foi o que mais se destacou entre as vendas da BF da companhia.
Trade no centro: proximidade, suporte e transparência
A executiva reforçou que o fortalecimento do canal indireto segue como prioridade. Além do investimento em produto, ela destacou avanços no backstage operacional, como a revisão do modelo de atendimento às agências. Uma mudança estruturante — integrar o time de suporte às visitas comerciais — ajudou a reduzir problemas e aproximou ainda mais a companhia das dores do parceiro.
“Eu vi gráficos lindíssimos de reduções de problemas baseados na priorização que o cliente mesmo falou com o nosso time de suporte”, afirmou Aline. Ela também lembrou que, desde o pós-pandemia, a Latam não desinvestiu em equipe nem em remuneração das agências, reforçando coerência entre discurso e prática.
Com NPS crescente, liderança consolidada no market share total e reconhecimento do passageiro corporativo, a companhia encerra 2025 com indicadores que, segundo Aline, confirmam que “a empresa está no caminho certo”.
Olhar para 2026: disciplina, confiança e foco no cliente
Projetando 2026, Aline apontou os caminhos que a Latam buscará seguir. A frota doméstica deve ganhar reforço com a chegada dos Embraer a partir do último trimestre de 2026, ampliando capilaridade e abrindo espaço para novas ligações entre grandes cidades fora dos hubs tradicionais. O produto a bordo, segundo a executiva, seguirá em evolução, com o objetivo de aproximar a experiência dos jatos da Embraer daquela oferecida na frota narrowbody.
Por fim, perguntada sobre quais lições 2025 deixa para 2026, Aline Mafra respondeu de forma direta, orientada pelos valores que, em sua avaliação, sustentam resultados duradouros.
“O diálogo e a transparência são sempre prioridade no nosso trabalho. E isso é base da relação de confiança”, afirmou. E completou: “Uma indústria aérea competitiva é entrar num jogo para ganhar”.
