São Paulo (SP) – A palestra “São Paulo é isso e muito mais” foi um dos destaques da 4ª edição do Abav MeetingSP, realizado nos dias 10 e 11 de dezembro no Meliá Paulista. Apresentada por Ana Clemente, coordenadora de Turismo da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo (Setur-SP), e Luiz Sobrinho, consultor do InvestSP, a palestra detalhou as principais frentes de promoção e diversificação do destino.
Logo na abertura, Ana destacou a atuação do estado na ampliação do repertório turístico oferecido aos agentes e operadoras. “Estamos trabalhando cada vez mais em tentar colocar São Paulo na prateleira, inspirar os agentes a vender mais, não só como um destino corporativo e de eventos, mas também mostrar um pouco do nosso interior, do litoral, do estilo de aventura e de natureza, além de segmentos como afroturismo e bem-estar”, afirma.
Sobrinho reforçou a necessidade de dissociar a imagem do estado exclusivamente da capital. “Quando falamos de São Paulo, muitas vezes remetemos para a capital. Só que as pessoas não pensam em um estado com cerca de 645 municípios, onde um terço deles está preparado e com uma presença turística muito grande”, declara. Segundo ele, a meta é reforçar que “o Estado de São Paulo é tudo isso e muito mais”, complementa.
Litoral e conectividade
O consultor destacou a baixa associação, por parte do público, entre São Paulo e turismo de sol e praia. Ele lembrou que o estado possui 880 quilômetros de costa, mais de 250 praias e mais de 50 ilhas ao longo de 19 municípios. “Muitas vezes não se vincula o Estado de São Paulo com sol e praia. Mas nós temos essa oferta e com proximidade da capital”, afirma.
Sobrinho menciona ainda pesquisa realizada em março, indicando São Paulo como o maior hub aéreo do hemisfério sul, à frente de Jacarta e Buenos Aires, com 79 milhões de passageiros por ano e 50% em conexões nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos e Viracopos. “Está aí a oportunidade”, salienta.

Ao detalhar o Litoral Norte, citou Bertioga e Ubatuba e lembrou o volume de locadoras disponíveis no estado. “Temos mais de 100 mil automóveis para locação, o maior centro de locações de automóveis de todos os tipos”, afirma. Ele sugeriu que agentes considerem extensões de viagem para experiências de curta distância, como a Rota do Vinho, em São Roque (SP).
Na Baixada Santista, Sobrinho ressalta o potencial de Santos (SP), que concentra 60% dos embarques de cruzeiros do país. “Não podemos deixar de oferecer também experiências maiores em Santos, no bairro do Valongo, e o passeio de bondes, hoje atuantes”, destaca. Ele observa ainda que o Museu do Café é um atrativo consolidado para inclusão em roteiros pré e pós-cruzeiro.
Rios, parques, aventura e natureza
Sobrinho abordou também as praias fluviais e a navegação em rios paulistas, lembrando que o estado tem cerca de 4,2 mil quilômetros de rios navegáveis. Ele cita trechos do Tietê entre Aymorés, Barra Bonita e Garça, além de destinos no Noroeste paulista como Mira Estrela, Santa Clara do Oeste e Rubinéia. “O Estado de São Paulo tem uma variedade muito grande”, declara.
O consultor também menciona represas como a de Avaré (SP) e rotas próximas a cidades como Sorocaba (SP), Botucatu (SP) e Boituva (SP), além dos parques temáticos, mencionando Hopi Hari e o Animalia Park.
A segunda parte da apresentação foi conduzida por Ana Clemente, que relatou sua experiência recente visitando parques estaduais. “Virei trilheira nos últimos meses e conheci bastante alguns parques. Meu queridinho mesmo é o Vale do Ribeira”, afirma.
Ela cita os municípios como Eldorado (SP), Registro (SP), Cananéia (SP) e Iguape (SP), além das cavernas do Petar (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira), com cinco núcleos estruturados para diferentes perfis de visitantes. “Você consegue fazer tanto uma atividade mais simples, como a Caverna de Santana, quanto experiências mais aventureiras, como o rapel no Lago Suspenso”, declara.

Ana detalha a certificação SP com Aventura, desenvolvida com o Sebrae, que atesta segurança operacional para empresas que atuam com atividades de aventura. “Já temos mais de dez empresas certificadas, e a do Lago Suspenso é uma delas”, complementa.
Ela também cita o Parque Estadual Intervales, em Ribeirão Grande (SP), cuja gestão segue padrões similares a modelos internacionais. “É um local com estrutura completa e é o parque mais procurado para observação de vida silvestre”, afirma. Além dos parques estaduais, há ainda atrações como a Pedra do Baú, em São Bento do Sapucaí (SP), e o Polo de Ecoturismo de Parelheiros, na capital.
Afroturismo e bem-estar como tendências
A coordenadora dedicou parte da apresentação ao afroturismo, citando comunidades quilombolas no Vale do Ribeira e no litoral norte. “Tem experiências de semana toda e de final de semana, para conhecer processos de pesca, agricultura, artesanato e gastronomia”, afirma, destacando o quilombo Eroporundava, em Iporanga (SP).
Ela menciona também experiências urbanas em São Paulo (SP), como os roteiros do Guia Negro e dos Negros do Bixiga, além do Museu Afro Brasil Emanoel Araújo, no Ibirapuera. Além da capital, Ana lista rotas afro em Sorocaba (SP), Vinhedo (SP), Rio Claro (SP), Jundiaí (SP), Piracicaba (SP) e Campinas (SP), com receptivos atuantes.
O turismo de bem-estar foi outro segmento apresentado. Ana explica que a Setur-SP realizou mapeamento com o Senac e a Associação das Prefeituras das Cidades Estância do Estado de São Paulo (Aprecesp). Foram identificados espaços terapêuticos, balneários e experiências vinculadas a águas termais em destinos como Águas de São Pedro (SP), Águas de Lindóia (SP) e Monte Alegre do Sul (SP).







