São Paulo (SP) – O Zoológico de São Paulo foi palco para o painel “Turismo Receptivo no Estado de São Paulo – Desafios e Oportunidades”, realizado no segundo dia do 4º Abav MeetingSP. A programação reuniu representantes do trade e do poder público para discutir a consolidação do Estado como destino receptivo, o impacto do projeto Brasil Recebe e a crescente demanda por experiências de maior valor agregado.
Os participantes abordaram a evolução do turismo receptivo no Estado, o papel das agências na conversão comercial, a qualificação profissional, o turismo de experiências e o perfil do consumidor atual, que busca autenticidade, personalização e vivências participativas. Também foram discutidos resultados iniciais do Brasil Recebe em São Paulo, a relevância da integração regional e a necessidade de fortalecer produtos capazes de gerar valor além do volume de visitantes.
Bruno Waltrick, presidente da Abav-SP | Aviesp, destacou o novo ciclo do turismo receptivo no Estado e o protagonismo de São Paulo como porta de entrada internacional. Ao apresentar o projeto Brasil Recebe, afirmou que o objetivo é fortalecer destinos e agentes locais. “Estamos tornando o Estado de São Paulo o maior receptivo do Brasil e capacitando cada vez mais as cidades para estar recebendo também o nosso turista”, declara.
Juliana Assumpção, diretora executiva da Abav-SP | Aviesp, apresentou os resultados da primeira etapa do Brasil Recebe em São Paulo, que contou com cinco aulas on-line, um encontro presencial e 30 inscritos, dos quais 22 concluíram o ciclo. Segundo ela, “o resultado foi bem positivo”, destacando casos de cidades que se mobilizaram para participar de ações promocionais em parceria com o Estado. “A grande novidade é que vamos abrir a inscrição para uma segunda turma”, complementa.
Monica Eliza Samia, secretária executiva do Turismo do Estado de São Paulo, ressaltou a importância da atuação conjunta entre governo e trade para diversificar e fortalecer o receptivo paulista. “Conservação não se faz sozinho”, afirma, ao defender a necessidade de colaboração multissetorial. “Queremos transformar essa realidade com os profissionais que atuam no turismo”, declara.
A secretária citou ainda o crescimento das buscas por São Paulo, afirmando que “o Estado cresceu em busca uns 147% aproximadamente”, e reforçou a prioridade em atrair turistas com maior permanência e valor agregado. “Precisamos trazer cada vez mais clientes com qualidade, que busque experiências”, conclui.
Jacqueline Gil, professora e pesquisadora em Turismo e Mudanças Climáticas, apresentou dados sobre o crescimento do turismo internacional e discutiu a necessidade de transformar volume em receita. Segundo ela, “o Brasil cresceu 45% em relação aos números de turismo internacional”, afirma, mas o valor econômico não acompanha esse ritmo.
A pesquisadora destaca também o papel das experiências como diferencial competitivo. “Nós queremos valor. Nós queremos faturamento. Nós queremos aumentar o lucro e distribuir renda”, declara Jacqueline, que avalia que a chave está na entrega de experiências planejadas e memoráveis. “A percepção de valor é quando trabalhamos com o topo da cadeia”, complementa.
Rita Vasconcelos, fundadora da RC Tour, por sua vez, destacou mudanças no comportamento do consumidor e o avanço do turismo de experiências. Para ela, “o turista mudou. Se nós analisarmos o turismo há um tempo atrás, ele era contemplativo. Hoje ele é participativo”, afirma.
A executiva também ressalta a necessidade de agilidade no atendimento e a importância de integrar comunidade, serviços e narrativa local. “Uma cidade que vive bem, o seu povo vai fazer uma boa divulgação desse destino”, finaliza.






