Uma parceria entre o Ministério do Turismo e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mapeou as viagens realizadas por brasileiros nos últimos anos. Em 2021, foram registradas 12,3 milhões de viagens, sendo que 99,3% ocorreram dentro do país. Os gastos totais das viagens nacionais com pernoite somaram R$ 9,8 bilhões.

A hospedagem foi responsável pela maior parte dos gastos realizados em viagem. Em média, o gasto foi de R$ 1.292, enquanto o de alimentação foi de R$ 501 e o de transporte chegou a R$442. A tendência de turismo de proximidade, em que os viajantes percorrem curtas distâncias principalmente de carro, está refletida nos dados. Cerca de 57,2% das viagens, realizadas em 2021, foram em carro particular ou de empresas, 12,5% em ônibus de linha e 10,2% de avião.

A maior parte das viagens foi motivada por questões pessoais (85,4%), seguida de motivos profissionais (14,6%). Os principais motivos pessoais de viagem são lazer (35,7%), visitas a parentes ou amigos (32,5%) e tratamento de saúde (19,6%), onde estão incluídos os trajetos feitos para consultas médicas, internações ou cirurgias e atendimento psicológico.

Em relação à motivação das viagens à lazer, em 2021, destinos de sol e praia perderam espaço para destinos de natureza, ecoturismo ou aventura, que são apontadas também como tendência para o cenário pós-pandemia. No ano passado, 48,7% destas viagens foram motivadas pela busca de destinos de sol e praia, enquanto em 2020 este percentual havia sido de 55,6%. Já em relação ao turismo de natureza, em 2021, a modalidade alcançou a preferência de 25,6% dos viajantes – índice superior ao registrado em 2020 (20,5%).

Já a viagem motivada por cultura e gastronomia, com acesso a patrimônio histórico e cultural, também registrou aumento e aparece em terceiro lugar tanto em 2021 (16%) como em 2020 (15,5%).

Quanto ao perfil econômico dos viajantes, a maioria das viagens realizadas no ano passado (33,1%) ocorreu em domicílios com renda per capita de quatro ou mais salários mínimos. Já entre aqueles com renda per capita abaixo de meio salário mínimo, esse percentual foi de 7,7% no mesmo ano.

Outro achado da pesquisa é de que uma em cada cinco viagens (20,6%) teve São Paulo como destino, o mais procurado do país. Minas Gerais (11,4%) e Bahia (9,5%) aparecem, respectivamente, na segunda e terceira colocação. Os dados são da PNAD Contínua Turismo 2020-2021, divulgada nesta quarta-feira (6).

Pandemia

Os dados demonstram ainda o impacto da pandemia de Covid-19 nas viagens realizadas no país: queda de 41% em dois anos. Isso porque o registro de viagens no país passou de 20,9 milhões em 2019, para 12,3 milhões em 2021. Já em 2020, foram registradas 13,6 milhões de viagens.

A proporção de domicílios em que algum morador viajou também caiu de 21,8%, em 2019, para 13,9%, em 2020, e para 12,7%, em 2021. A queda foi registrada ainda em relação aos gastos com viagens, que passou de R$ 11 bilhões em 2020 para R$ 9,8 bilhões em 2021.

São Paulo respondeu por 18,2% de todo o gasto com turismo no país no ano passado, totalizando R$ 1,8 bilhão, seguido pela Bahia (R$ 1,1 bilhão) e Rio de Janeiro (R$ 1 bilhão).

A proporção de viagens internacionais caiu de 3,8% em 2019 para 0,7% em 2021. Dos 12,3 milhões de viagens analisadas no ano passado, 99,3% tiveram trajeto nacional. Em 2020, as viagens dentro do país representaram 98,0% dos 13,6 milhões de viagens detalhadas pela pesquisa.


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