Diversos profissionais de receptivos da Itália, com foco em brasileiros, pedem que o governo italiano tire o Brasil do grupo E de classificação e tenham entrada facilitada no país. Lançada na última semana, a campanha “Retomada do turismo brasileiro na Itália” tem uma petição online com quase 5 mil assinaturas e irá enviar um ofício ao governo em 3 de março.

A princípio, os pedidos dos receptivos da Itália, que usam as hastags #tornabrasile #abreitalia, contestam o rígido posicionamento do governo italiano ao manter as fronteiras fechadas para os turistas provenientes do Brasil. Os profissionais exaltam o peso do fluxo turístico brasileiro no mercado italiano e as dificuldades econômicas enfrentadas por centenas de profissionais do setor com a restrição.

A iniciativa, que foi tema de um encontro no último dia 16 de fevereiro na Embaixada brasileira em Roma, coloca em pauta a discrepância de tratamento entre nações no que se refere ao regime relativo às viagens, mesmo depois do avançamento da campanha de vacinação brasileira.

Com a última portaria assinada por Roberto Speranza, Ministro da Saúde na Itália, em 27 de janeiro e válida até o próximo dia 15 de março, brasileiros cujos parentes residem no país também enfrentam dificuldades para viajar, já que a entrada no país só é autorizada em casos específicos, como motivos de saúde, trabalho e máxima urgência.

Para pressionar o governo italiano, os profissionais vão enviar duas cartas aos ministros da Saúde e do Turismo da Itália, juntamente com a petição com 5 mil assinaturas, pleiteando o relaxamento das restrições.

Antes da pandemia, o número de turistas brasileiros que visitava a Itália crescia significativamente a cada ano. Em 2018, segundo as estatísticas da Agência Nacional de Turismo da Itália (Enit) foram 2,5 milhões de viajantes provenientes do Brasil.

Entre janeiro e dezembro de 2020, pouco mais de 38,9 milhões de viajantes internacionais visitaram a Itália (-59,5% em relação ao mesmo período de 2019) e o número de pernoitamentos também sofreu uma queda drástica: 184 milhões, o que equivale a -54,2% em relação ao ano anterior.

Diante do avanço da vacinação no mundo, muitos países da Europa têm relaxado as restrições para os viajantes, como nos casos da França e do Reino Unido.

Ao contrário de alguns de seus pares caribenhos, Cuba viu uma diminuição nos turistas internacionais em 2021. O país recebeu pouco mais de 570 mil visitantes estrangeiros no ano passado, quase 40% do número de 2020.

O maior motivo da queda foi o aumento nos casos de covid-19 em abril de 2021 levou o governo a trazer de volta um período de quarentena obrigatório para visitantes e uma restrição de voos internacionais que durou até novembro. Mas mesmo antes da pandemia, Cuba já havia visto uma queda nos turistas internacionais, já que o país recebeu 4,7 milhões no exterior em 2018 e 4,2 milhões no ano seguinte.

A recuperação de Cuba está muito atrás das alcançadas pelos países vizinhos. O México recebeu 31 milhões de visitantes internacionais em 2021, 28% em relação a 2020, enquanto os números de chegada de turistas em 2021 para a República Dominicana atingiram 77% dos números de 2019. Enquanto isso, as autoridades de turismo do Panamá esperam que o país atraia 2,3 milhões de visitantes este ano, um número que representaria uma recuperação total.

Embora as medidas promulgadas pelo governo para impedir a propagação da covid sejam uma grande razão pela qual Cuba não atraiu tantos visitantes quanto outras nações caribenhas, existem outras.

Atraso na recuperação

Uma delas são as sanções que o governo do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, impôs a Cuba, que continuaram sob o governo Biden. Michael Zuccato, gerente geral da Cuba Travel Services, com sede na Califórnia, disse que as medidas dificultam para os americanos pagar por hospedagem ou reservar certas propriedades – além de fazer com que os preços dos voos subam. Pouco mais de sete mil americanos visitaram Cuba em 2021, uma queda enorme em relação aos 58 mil registrados no ano anterior.

Zuccato citou a proibição de companhias aéreas dos EUA voarem para todos os aeroportos cubanos fora de Havana como uma medida que prejudicou a indústria do turismo de Cuba. “Todos devem voar para Havana e reservar transferências dentro do país. Isso pode ser caro e complicado para viajantes regulares”, disse ele.

“Se a administração de Biden permitir voos para as províncias, os preços dos bilhetes (diminuirão) e mais pessoas poderão visitar a família e viajar para a ilha.”

Quanto ao futuro, Juan Carlos García Granda, o ministro do Turismo, disse esperar que a ilha atraia pelo menos 2,5 milhões de turistas em 2022 e seis milhões em 2030. Enquanto isso, Zuccato também expressou otimismo sobre a forte recuperação da indústria do turismo de Cuba. “Temos uma perspectiva positiva para o 4º trimestre de 2022 e projetamos que a demanda seja forte até 2024”, disse Zuccato.