A Changi Airport, operadora de Singapura que retém 51% do capital do Aeroporto Internacional Tom Jobim – Rio Galeão, anunciou nesta sexta-feira (11) que estaria devolvendo a concessão da infraestrutura para relicitação do governo estadual do Rio de Janeiro.
A decisão vem como consequência do que a Changi considerou como uma performance econômica abaixo da média, começando com a recessão de 2014 até a atual pandemia de covid-19.
O aeroporto parcialmente controlado pela Infraero, que retém os outros 49% do capital, viu um enfraquecimento no volume da prestação de serviços. Segundo a Changi Airport, “a pandemia provocou uma queda de 90% no número de voos no Brasil e enfraqueceu ainda mais as condições de operação do aeroporto”.
Por conta disso, Tarcísio de Freitas, atual ministro da Infraestrutura, retomou a discussão sobre a concessão do outro aeroporto do Rio de Janeiro, o Santos Dumont, agora pretendendo realizar o leilão de ambos em conjunto.
Com a 8ª rodada de concessão, uma única empresa ficará responsável pela operação dos dois aeroportos, trazendo uma resolução para as inseguranças do setor privado quanto o planejamento original de leiloar o Santos Dumont isoladamente.
HotéisRio e Rio Convention Bureau se posicionam
Em um depoimento divulgado à imprensa, Alfredo Lopes, presidente da associação do HotéisRio, apontou que a saída da Changi do país é “muito ruim, pois causa uma insegurança jurídica e demonstra total despreparo no trato com investidores em nosso país.”
“Agora, obviamente, a oportunidade de fazer a concessão conjunta dos aeroportos Galeão e Santos Dumont torna a situação muito melhor para o Rio de Janeiro, porque torna os dois equipamentos complementares.
Precisamos acompanhar o processo porque nada pode ser feito de forma tão açodada. A empresa anunciou que ia sair ontem, e ontem mesmo o ministro achou que tudo estava ótimo e que faria a concessão dos dois aeroportos. Talvez tivesse sido melhor ter tentado fazer um acordo com a Changi antes dela sair, para que operasse os dois aeroportos de forma conjunta. Seria muito mais lógico.”
Enquanto isso, a Rio Convention & Visitors Bureau (Rio CVB) lamentou a decisão da concessionária de devolver a administração do aeroporto, ressaltando o histórico de serviços em conjunto para o aeroporto Tom Jobim. A Rio CVB ainda apontou que a concessionária teve papel importante na captação de eventos internacionais e na promoção da cidade como um destino de lazer e negócios.
“Apesar disso, a proposta de licitação conjunta do Galeão e do Santos Dumont pode ser a solução para o impasse recente envolvendo a concessão do aeroporto no Centro do Rio. O modelo que havia sido proposto pelo governo federal, prevendo a expansão do número de voos no Santos Dumont, geraria uma disputa predatória com o aeroporto internacional, prejudicando a malha aérea do principal destino turístico do país.
Portanto, a realização da licitação dos dois aeroportos em bloco deve garantir que os terminais funcionem de forma complementar, gerando um equilíbrio nas operações. Desta forma, o Rio Convention Bureau torce para que esta situação seja resolvida o quanto antes para evitar prejuízos não só para o turista mas também para a economia do Rio de Janeiro.”
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