Em reação à declaração na qual a Lufthansa reclama sobre a operação de “voos fantasmas”, ou seja, com poucos passageiros, a Ryanair cobrou que a empresa venda, então, passagens a um preço menor. A declaração da companhia aérea de baixo custo vai de encontro com a manutenção dos voos pelo grupo alemão, mesmo com poucos viajantes, para não perder os slots em aeroportos estratégicos.
Em comunicado enviado à ACI Europe (Conselho Internacional Europeu de Aeroportos), a Lufthansa reclamou das frequências de pouca lotação. Por conta disso, Michael O’Leary, CEO da Ryanair, pediu para que o órgão ignore essas “falsas alegações” sobre as frequências.
Segundo ele, o relato da companhia alemã é apenas uma estratégia para que os slots da mesma sejam protegidos, levando em consideração os preços menores da concorrência. Com a reclamação órgão competente, a Lufthansa conseguiria manter esses espaços.
Para o executivo, deveria ser obrigação da Lufthansa o oferecimento de bilhetes mais baratos. Isso porque, já que a operação dos voos precisa ser realizada, essa seria uma forma de preencher os assentos.
“Os slots são a maneira como bloqueiam a concorrência e limitam a escolha em grandes aeroportos centrais, como Frankfurt, Bruxelas (Zaventem), Viena, entre outros. Se a Lufthansa não quiser operar ‘voos fantasmas’ para protegê-los, basta vender esses assentos a preços baixos. Se não, deixe que empresas como a Ryanair ofereçam outro caminho”, afirma O’Leary.
Outro lado
O Business Traveler entrou em contato com a empresa alemã, que afirmou nunca ter falado em voos do tipo. Além disso, por meio do comunicado enviado ao site, a Lufthansa citou preocupação com o que chamou de “voos desnecessários” no continente europeu.
“Estamos preocupados com a harmonia europeia das isenções para a utilização de direitos de decolagem e pouso no atual horário de voos de inverno. O atual regulamento de slots para este período foi decidido antes da variante ômicron e já não se enquadra na atual situação de pandemia”, diz.
O que a aérea pede, portanto, é que sejam colocadas regras de isenção de curto prazo para a realização das frequências em países da Europa. Para balizar sobre a aplicabilidade disso na prática, a Lufthansa cita o regramento de slots suspenso temporariamente nos Estados Unidos.
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