Apesar dos apelos do trade, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) anunciou, nesta quarta-feira (9), que não irá suspender o requisito de teste obrigatório de covid-19 para a entrada de estrangeiros totalmente vacinados no país. A regra também é válida para americanos que desejam retornar ao país.
Em entrevista ao Yahoo Finance, Rochelle Walensky, diretora do CDC, mostrou otimismo sobre a diminuição dos casos de covid-19 nos Estados Unidos, porém frisou que o cenário de incerteza faz com que o órgão mantenha a obrigatoriedade da apresentação do resultado negativo para os viajantes.
“Nossas hospitalizações agora são mais altas do que nunca, mesmo durante o último pico com a Delta. Então, nos perguntamos ‘como podemos relaxar algumas de nossas estratégias?’ e avaliamos que não estamos prontos para fazê-lo”, ressaltou a executiva.
Na última semana, 28 entidades e associações do trade dos Estados Unidos, incluindo a Iata e a US Travel Association, enviaram uma carta ao governo americano pedindo o fim da obrigatoriedade de apresentação quaisquer testes para os viajantes com vacinação completa (ao menos duas doses).
Segundo as entidades que assinam o documento enviado a Casa Branca, mais de 74,3 milhões de pessoas tiveram covid-19 nos EUA, o que significa que pelo menos 22% da população foi contamina com o vírus, indicando que as imposições não são eficazes para combater a transmissão.
Além disso, no fim de janeiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que os países suspendam ou flexibilizem suas restrições de viagem, afirmando que os entraves exacerbam o estresse econômico e social relacionado à pandemia.
A nova recomendação foi feita após reunião do Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional da OMS sobre a covid-19 e atualizada recentemente no seu site oficial.
Apesar de não afetar diretamente as políticas de entrada no Brasil, uma decisão favorável do governo americano pressionaria as autoridades brasileiras a reverem as regras atuais. Hoje, qualquer viajante, brasileiro ou não, precisa apresentar um teste de PCR feito até 72 horas antes do embarque ou antígeno, feito até 24 horas antes, para retornar ao país.
No início desta semana, a França se tornou o último país a anunciar que suspenderia os atuais protocolos de teste de covid-19 para viajantes internacionais totalmente vacinados. Inclusive, a Iata fez o mesmo apelo para os governos da Europa na última semana.
Pressão contínua
A US Travel Association pediu à Casa Branca, na última terça (22 de março), que suspendesse as restrições de viagem do covid-19 e revogasse um mandato que exige máscaras em aviões e em outros meios de transporte até 18 de abril. O governo americano, porém, não enviou resposta.
“Faz pouco sentido manter o requisito de teste pré-partida em vigor para viajantes aéreos de entrada quando o governo dos EUA não exige testes negativos nos pontos de entrada da fronteira terrestre EUA-Canadá e Eua-México”, escreveu Roger Dow, CEO da US Travel Association.
Além disso, as companhias aéreas, que mantém a pressão sobre o governo americano, lembraram que o documento comprobatório não é exigido para entrada nas fronteiras terrestres no Canadá e México.
O que é preciso para entrar nos Estados Unidos:
- Passaporte válido;
- Visto americano com mínimo de seis meses de validade;
- Comprovante de vacina contra covid-19 (ao menos duas doses);
- Teste de antígeno ou RT-PCR negativo feito até o dia anterior ao embarque.
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