Um ano de recuperação ascendente e ponderada. 2022 ainda não acabou, mas a proximidade da alta temporada de férias e verão apontam para uma virada de calendário com números positivos e para um 2023 otimista, com a expectativa de crescimento de 53% entre as operadoras de turismo. O Boletim Braztoa 3º Trimestre 2022 foca no balanço de 2022 e nas expectativas para o próximo ano, além do desempenho das operadoras Braztoa no período apurado.
Em relação ao volume de vendas, 51,6% das operadoras ultrapassaram a marca dos 100% dos valores faturados no mesmo período de 2021. Já 33,3% chegaram à margem entre 50% e 100% de 2021 e outros 15,1% ainda trabalham para chegar aos 50%.
Quando levamos esse comparativo a 2019, período pré-pandemia, o número de operadoras que ultrapassou 100% do faturamento é de 36,4%. Outros 39,4% faturaram entre 50% e 100%, enquanto o índice das empresas que trabalham para chegar aos 50% do que venderam em 2019 foi de 24,2%.
Também segundo o estudo, realizado a partir de uma parceria da BRAZTOA com a SPRINT Dados, pela primeira vez, o internacional ficou na frente, representando 57% das vendas efetuadas, enquanto o nacional teve 43% de participação. “Olhando além dos números, podemos dizer que não houve a diminuição do nacional, mas sim uma retomada do internacional. Além disso, alguns fatores podem influenciar esses dados, como a variação cambial, o maior ticket médio das viagens internacionais e até o processo inflacionário que elevou os valores e, consequentemente, o faturamento. Parte desse comportamento também pode estar relacionado ao fato de o turismo doméstico, que foi o primeiro a despontar no período pós-pandemia, já ter seguido seu curso de consolidação, enquanto as viagens para fora do país, que começaram um pouco depois, ainda tenham um volume maior de demanda reprimida que está sendo realizada”, disse Roberto Haro Nedelciu, presidente da BRAZTOA
Além disso, os dados do terceiro trimestre apontam que as remarcações estão prestes a se tornar parte do passado, com as novas vendas representando 86,6% dos embarques nacionais e 82,1% do internacional, o que reforça que as operadoras estão chegando à quase totalidade das entregas das viagens adquiridas no período pré-pandemia. .
No ranking de destinos, Salvador figura na liderança nacional, seguida de Maceió, Porto de Galinhas, Recife e São Paulo na segunda colocação, e Fortaleza, Gramado, Natal e Rio de Janeiro ocupando o terceiro lugar.
Sobre a data de realização das viagens nacionais comercializadas no terceiro trimestre de 2022, 34,5% foram para embarque no mesmo período das vendas, 37,1% para o quarto trimestre, 18,8% para os três primeiros meses de 2023, e 9,6% ao longo do próximo ano.
No internacional, Lisboa e Orlando ficaram em primeiro lugar, seguidos de Nova York e Paris que dividiram a segunda colocação, e Barcelona e Buenos Aires figurando em terceiro no ranking.
Em relação aos embarques internacionais, 26,8% aconteceram no próprio terceiro trimestre, 32,2% ficaram para período entre outubro e dezembro deste ano, 20,8% para os três primeiros meses de 2023, e 20,2% deverão acontecer ao longo do próximo ano.
Balanço de 2022 e expectativas para 2023
As operadoras Braztoa estão confiantes de que este ano se consolide como um período de crescimento e recuperação, e lançam um olhar ainda mais otimista para 2023. 42% acreditam que 2022 feche com um faturamento igual ou maior ao conquistado em 2019, e 18% acham que esse patamar ficará próximo, na margem de 75% a 100%. Para 2023, as expectativas levam a crer que os números serão 50% maiores que os de 2022.
24% dessas empresas apontaram como forte tendência a programação de viagens em datas aleatórias durante todo o ano, independente de feriados ou datas comemorativas. 17% disseram que as férias de julho serão o período mais escolhido. As férias de verão 2022/2023 foram apontadas por 12% das pesquisadas, Réveillon e feriados durante o ano apareceram com 11% cada, e o Natal representa 6% dos apontamentos.
A pesquisa também traz outros dados que devem nortear as viagens de 2023. Fortalecimento das viagens internacionais; viagens em família, destinos exóticos, clientes viajando mais vezes por ano e busca por novos destinos brasileiros aparecem, nesta ordem, entre as tendências do próximo ano.
Além das preferências já consolidadas, entre os destinos que devem ganhar tração, a Europa está em primeiro lugar. O Sul do Brasil, América do Sul e Oriente Médio estão empatados na segunda colocação, seguidos da África e Centro do Brasil. “É interessante observar que o comportamento do mercado vem se acomodando ao longo deste ano, incorporando novas dinâmicas, como 24% das viagens em dias do ano que não são feriados e datas comemorativas, ao mesmo tempo que a demanda pelos destinos vai regressando ao cenário usual do público brasileiro. Isso nos mostra que o público tem suas preferências e favoritos, mas também há espaço para inovação e criatividade pela oferta de experiências e destinos diferenciados”, disse Rayane Ruas,
Em relação aos produtos comercializados, aéreo + terrestre ficam no topo das vendas, seguidos de roteiros apenas com a parte terrestre, e os cruzeiros que estão no auge da temporada nacional e com boas oportunidades de navegação em outros países.
Por fim, entre os principais desafios do setor para a retomada estão o custo do aéreo, seguido da retomada da malha aérea e do custo da hospedagem. “Apesar das dificuldades, o Turismo se consolida cada vez mais como um artigo importante para as pessoas, que, ao invés de deixarem de viajar por questões financeiras, focam em alternativas que façam as viagens caberem no seu momento econômico atual. Neste sentido, o papel das operadoras em oferecer os roteiros mais adequados a cada perfil, além da possibilidade de parcelamento, reforçam a força e o impacto do agenciamento no desenvolvimento do turismo e da economia nacionais”, finaliza Roberto Haro Nedelciu.
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