Foto: Gregory Grigoragi


“A Ilha dos Arvoredos é o berço da sustentabilidade moderna”, diz Bruno Tacon, presidente do Instituto Nova Maré e gerente do projeto Mundo Sustentável. Presente na WTM Latin America 2023 – feira de turismo que ocorreu entre os dias 3 e 5 de abril, em São Paulo –, com Bruna Moriyama, coordenadora de Comunicação da entidade, o engenheiro ambiental conta um pouco sobre esse pioneiro projeto sustentável, localizado em uma ilha do Guarujá (SP), e seu potencial de transformação socioambiental.

Antes de mais nada, é importante entender a natureza da entidade. “Somos uma instituição sem fins lucrativos que promove o turismo sustentável. Funcionamos mais como um operador e um gestor de patrimônio cultural e ambiental”, explica Tacon, em entrevista ao Brasilturis Jornal. “Então, estamos procurando parceiros que viabilizem o esforço comercial, a distribuição da nossa agenda, e o nosso catálogo de experiências que promovemos na ilha”, complementa o presidente.

Ilha dos Arvoredos

Desenvolvido em 1950 pelo engenheiro ambiental Fernando Lee, o projeto consistiu em 96 obras de engenharia para transformar uma ilha composta apenas por rochas em um ecossistema sustentável. Segundo Tacon, o engenheiro visionário seguiu três premissas: água, alimento e energia.

“Em relação à água, ele dinamitou parte da ilha para que ela se tornasse uma espécie de reservatório natural de água, funcionando exatamente como um lençol freático. Com a água da chuva, há água o suficiente para abastecer uma cidade com três mil habitantes”, conta Tacon. “Com o uso de terra, ele conseguiu ter árvores de 40 metros de altura em função do lençol freático artificial”, continua.

“O primeiro painel solar da América Latina foi instalado nessa ilha, que recebeu a visita de um astronauta da Nasa para a inauguração de uma caixa d’água feita com uma réplica do foguete que foi à lua, o Saturn V”, conta Tacon. “Vale lembrar que o termo Sustentabilidade só foi criado em 1972. Ele estava realizando essas conquistas na década de 50”, salienta Bruna.

Hoje, a ilha atua como laboratório de pesquisa de tecnologias sustentáveis “Em prol da humanidade” e centro de promoção do turismo sustentável. “A ideia é que a ilha se torne um símbolo mundial de sustentabilidade. Para isso, estamos trabalhando para trazer visitantes e conscientizá-los sobre a importância do tema. Também promovemos o manejo sustentável para evitar impactos negativos”, explica Tacon.

A ilha recebe eventos corporativos e culturais de grandes empresas, como parte de suas agendas ESG, além de eventos com pescadores e artesãos para promover a cultura caiçara. O grupo ainda realiza expedições de catamarã para educação ambiental e falam sobre mudanças climáticas e a importância do manguezal, entre outras atividades educativas e inclusivas.


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