A retomada dos encontros presenciais trouxe um novo dinamismo para o segmento MICE, que engloba o turismo corporativo, que desde o ano passado tem registrado índices positivos. Recentemente, o nicho de viagens corporativas teve o melhor mês de março da história, com registro de faturamento de R$ 1,28 bi, aumento de 44% em relação ao mesmo período de 2019, segundo dados Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), divulgados pela Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC).
Em 2022, o setor faturou R$ 11,2 bilhões em viagens corporativas, segundo dados da Abracorp anunciados pelo Ministério do Turismo (MTur). Uma análise comparativa da associação entre o ano passado e 2019 mostra que as viagens aéreas nacionais atingiram R$ 4,7 bi, aumento de 1,9%, e a hospedagem em hotéis nacionais, R$ 2,3 bi, crescimento de 2,2%.
Todo esse movimento tem impactado na otimização de serviços, na revitalização de espaços expositivos, na divulgação de destinos e nas perspectivas para o setor. Muitas das ações poderão ser conferidas na 21ª edição da Feira EBS, maior exposição de empresas fornecedoras de soluções para eventos corporativos, incentivos, treinamentos, congressos e feiras e ponto de conexão de mercados de turismo corporativo de diferentes estados. O encontro acontece nos dias 31 de maio e 1 de junho, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo.
“Diante do cenário aquecido, oferecer a oportunidade de gestores públicos, representantes de associações, líderes da iniciativa privada e tomadores de decisão a ter um visão completa e integrada do setor, torna-se estratégico para os próximos passos do turismo corporativo de cada região, seja pelo contato com outros projetos como modelo para replicação local, como pela possibilidade de parcerias e de conferir novidades que podem fazer a diferença no mercado”, destaca Marcelo Baranowsky, fundador e CEO do Grupo EBS, idealizador e organizado da feira.
Turismo corporativo: ações pelo Brasil
Criada neste ano, a Secretaria de Turismo do Paraná (SETU), um dos destinos que têm atraído eventos de negócios e que participará da feira, informa que está finalizando o projeto “Viaje Paraná”, com previsão de início das operações no final deste semestre. A participação em feiras nacionais e em negociações com emissores na Europa, Estados Unidos e outros países e, no ano passado o lançamento do Guia MICE Curitiba, para atrair eventos de negócios, fazem parte das ações recentes para impulsionar o segmento no estado.
“Estamos trabalhando com a transversalidade que o setor possibilita, junto à iniciativa privada e demais instituições que integram a cadeia produtiva. O turismo de eventos e negócios é um dos focos da SETU e a perspectiva é explorar as regiões com identidade para o segmento, apoiando na capitação, capacitação e divulgação”, afirma Fabio Skraba, diretor de Marketing, Qualificação e Inovação Turística.
O Centro de Convenções de Pernambuco também tem recebido investimentos, após a assinatura do contrato de concessão do governo do estado com o Consórcio CID Convenções, em outubro do ano passado, que prevê a aplicação de mais de R$ 580 milhões no prazo de 35 anos, período de outorga.
Segundo Cláudio Vasconcelos, CEO do consórcio, serão investidos R$ 25 milhões nos próximos três anos, sendo R$ 10 milhões em 2023. “O pavilhão já está com novo sistema de iluminação em LED e, em breve, será iniciada a reforma dos banheiros e o retrofit do ar-condicionado”, afirma. Outra novidade do complexo para os próximos meses será a liberação de uma área de 20 mil m², com capacidade para shows e eventos de até 40 mil pessoas.
Maior polo de turismo corporativo do país, São Paulo registrou aumento de 9,2% na atividade turística no mês de março deste ano, em comparação com fevereiro, de acordo com o Índice Mensal de Atividade de Turismo (IMAT), criado pelo Observatório de Turismo e Eventos da SPTuris (OTE) e pelo Conselho de Turismo da Fecomércio SP e divulgado recentemente. O crescimento foi impulsionado por eventos, feiras e shows musicais.
“O calendário está movimentado e as datas concorridas”, aponta Toni Sando, presidente da Unidestinos e da São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPVCB). “Em paralelo, as entidades de classe estão em constante diálogo com as empresas que compõem o segmento para que não haja distorção de realidade de um momento de euforia pós-crise, e que se aproveite do movimento positivo para que os resultados se tornem perenes. O turismo corporativo e de negócios retomou em sua quantidade, mas é preciso cautela neste contexto, pois o caixa das empresas do setor ainda não foi recomposto”.
“Já as perspectivas para o biênio 2023/2024 são muito positivas, o momento é de manter as ações nos níveis municipal, estadual e federal para tornar São Paulo cada vez mais competitivo, junto com os esforços em parceria com a iniciativa privada; e de colher os resultados dos projetos iniciados anteriormente”, finaliza Sando.
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