A CVC já tem um substituto para Leonel Andrade. Pessoas próximas ouvidas pela EXAME Invest confirmaram o nome de Fabio Godinho, criador da proptech MyDoor e ex-vice-presidente de Produtos e Marketing da própria CVC. Ainda de acordo com pessoas familiarizadas com a negociação, Guilherme Paulus, fundador da empresa em 1972, deve integrar um aporte superior aos R$ 125 milhões de aumento de capital propostos pela companhia na negociação com credores. A escolha de Godinho vem na esteira da entrada da família Paulus de volta ao capital social da rede de turismo.
“Ainda não há um acordo assinado e o conselho não se reuniu, mas há a expectativa para que esses anúncios saiam antes da convenção de vendas, da qual os conselheiros vão participar”, diz pessoa familiarizada com a negociação. Notícias dão conta de que uma das propostas seria de um aporte de R$ 300 milhões pela família Paulus.
Esse capital também pode ser acompanhado de outros investidores que demonstraram interesse, o que não afasta até mesmo investimentos da Opportunity, atualmente maior acionista da empresa, com quase 20% das ações. A expectativa é de que o anúncio saia pouco depois do fechamento da Bolsa, às 17h. Pressionada por acionistas e franqueados, a empresa entrou numa corrida contra o relógio para anunciar o novo CEO e o acordo que sane a estrutura de capital da empresa.
Procurado pela EXAME Invest, Guilherme Paulus negou as conversas com a CVC e disse não ter interesse em voltar ao negócio. “Estou feliz com minha atuação na área de enoturismo”, respondeu referindo-se ao Castelo Saint Andrews e o Terroir Wine Sperience, negócios criados por ele depois da saída da CVC. Paulus também é fundador da Webjet e da rede de hotelaria GJP Hotels &Resort. Guilherme Paulus saiu da CVC em 2009, depois de vendê-la para a empresa de private equity, Carlyle.
Na última teleconferência de resultados, a CVC apresentou os pontos do acordo com credores que previam uma oferta subsequente de R$ 125 milhões até novembro para levantar dinheiro para o pagamento da dívida. A CVC tinha um passivo a vencer de R$ 655 milhões até junho, mas que foi reduzido para R$ 124 milhões após acordo. Depois, a companhia teria R$ 77 milhões para pagar no quarto trimestre de 2024, R$ 313 milhões no quarto trimestre de 2025 e R$ 382 milhões a pagar no último trimestre de 2026. O acordo foi desenhado pelo ex-CEO, Leonel Andrade, em mais uma das tentativas do executivo de negociar as dívidas da companhia – uma missão que assumiu no começo de 2020.
Procurada pela EXAME Invest, a CVC afirmou que não vai comentar. A reportagem também não conseguiu contato com Fabio Godinho. Mais cedo, em fato relevante publicado na manhã desta sexta-feira, 02, a empresa afirmou que “está conduzindo conversas com potenciais investidores estratégicos. Até o presente momento, não há nenhum acordo vinculante com nenhum investidor e nenhuma definição quanto ao valor e demais condições da Potencial Oferta Pública.”
Além de Fabio Godinho
Em 25 de maio, a empresa anunciou Carlos Wollenweber, ex-Even, como novo CFO da companhia. Desde 2020, Wollenweber atuava como diretor financeiro na Even e, posteriormente, de sua controlada MelnickEven. O executivo foi o primeiro nome escolhido para o alto comando no desafio da companhia de reestruturar seu capital, enquanto precisa vencer a disputa com as agências de turismo digitais.
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