Os hotéis da Região Metropolitana de Campinas (RMC) fecharam maio com 57,84% de ocupação – índice ligeiramente superior ao mês de abril (57,58%). A tarifa média da diária também registrou ligeiro aumento sobre abril (passando de R$ 327,78 para R$ 333,68), enquanto o RevPar atingiu R$ 192,39. Com a estabilidade, o setor também tem aumentado a abertura de postos de trabalho, mas esbarra na falta de mão de obra especializada para preencher as vagas.

Os números são da pesquisa mensal realizada pelo Campinas e Região Convention e Visitors Bureau (CRC&VB) junto aos associados. A RMC forma a Região Turística Entrada e Bandeiras Polo Corporativo, onde estão instalados 173 hotéis, com uma oferta de 18.062 quartos, correspondentes a 10,15% de todo o Estado de São Paulo.

Douglas Marcondes, Diretor de Hotelaria do Campinas e Região Convention e Visitors Bureau, explica que a taxa média de ocupação voltou a registrar elevação em relação abril, o que já era previsto pelo setor. “Tivemos em abril um mês prejudicado pelos feriados e a consequente queda dos eventos corporativos, que representam cerca de 80% do faturamento dos hotéis”, explica.

As contratações é outro indicador que reforça o crescimento do setor hoteleiro. De janeiro a abril, os setores de hotelaria e alimentação fora do lar da RMC geram 2.784 novos empregos. O número de contratações na hotelaria, porém, poderia ser ainda melhor. “Assim como a gastronomia e eventos que estão diretamente ligadas, a hotelaria sofre com a falta de mão de obra qualificada”, afirma o presidente do Campinas e Região Convention e Visitors Bureau, Vanderlei Costa.

A abertura de vagas no setor é resultado da retomada, especialmente, dos eventos de negócios, corporativos e culturais, desde janeiro do ano passado. “Após a pandemia, os hotéis da região tiveram que intensificar as contratações de profissionais em diversas áreas para atender a alta demanda de viajantes e turistas”, lembra.

Apesar dos bons números, Costa destaca também a importância da Hotelaria e do turismo dentro da economia na RMC. “Desde o final da pandemia, é significativo a expansão dos negócios desses setores regionalmente. O setor de eventos corporativos, carro-chefe na RMC e responsável por 80% da taxa de ocupação dos hotéis, retomou com força desde o início de 2022”, diz.

“Além do turismo de evento, já consolidado, precisamos que as prefeituras criem planos de incentivo ao turismo regional, com o fomento de shows, eventos culturais, rodeios e feiras de forma constante, o que trará impactos significativos na geração de empregos em mais de 50 segmentos que estão diretamente ligados a eles. A atração de turistas e visitantes para as cidades também beneficiará o comércio, hotéis e a gastronomia regional, aumentando o movimento, a renda e arrecadação de tributos”.

O diretor de Hotelaria do CRC&VB explica que o setor regional, a exemplo de outras regiões brasileiras, está em um patamar de estabilidade, com viés de crescimento. “Se olharmos para a ocupação acumulada no período de janeiro a abril, temos uma taxa de 54,42%, contra as médias anuais de 50,51%, em 2019, 20,98%, em 2020, 30,77%, em 2021 e 57,99%, em 2022”.

Por outro lado, ele ressalta a importância se se buscar, em conjunto com os setores públicos e privados, equipamentos que reduzam a taxa de ociosidade ainda existente, entre 42% e 45%, da taxa de ocupação. “O setor hoteleiro só vai conseguir atacar essa taxa de ociosidade com a atração de grandes eventos esportivos e culturais para a nossa região”, afirma. “Basta pegar o exemplo da Festa do Peão de Americana, que fez com que a ocupação nos finais de semana lotasse os hotéis não somente locais, mas como cidades no entorno, como Nova Odessa, Sumaré, Santa Bárbara D´Oeste, Paulínia e Limeira”, completa.


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