Um recente estudo analisou o impacto do aumento nos preços das viagens da alta temporada no sul da Europa. As férias na praia continuam sendo a principal escolha para viagens de lazer entre os viajantes europeus, representando 30,3% de todas as férias. No entanto, o estudo revela que 41% dos viajantes europeus esperam gastar mais de € 1.500 no recesso de verão, um aumento significativo em relação aos 33% do ano anterior.

O levantamento, realizado pela Allianz Trade, avalia dados de um período muito importante para a região. A crescente demanda e inflação contribuíram para o aumento dos custos com hospedagem, com a tarifa média global de quartos de hotel chegando a US$ 212 no primeiro trimestre de 2023, ante US$ 156 em 2022 e US$ 129 em 2021. Apesar desses desafios, o desejo de viajar continua forte, como indicado pelo aumento no volume de vendas de passagens aéreas e na receita por passageiro-quilômetro (RPK) para viagens dentro da Europa, que atingiram 91% e 92% dos níveis do verão de 2019, respectivamente.

O estudo também destaca a posição crucial do sul da Europa na indústria do turismo, com Croácia, Portugal, Grécia, Espanha e Itália dependendo fortemente dessa fonte de renda, contribuindo significativamente para suas respectivas economias. No entanto, essa forte dependência de turistas estrangeiros expõe a região a choques exógenos, como a recente pandemia, e agrava questões estruturais, como a escassez de empregos qualificados e a baixa produtividade.

Essa região deve tomar medidas estratégicas para manter sua posição como destino de férias na praia de primeira categoria, em meio à forte concorrência de outras regiões. Investir em práticas sustentáveis de turismo é essencial para preservar o meio ambiente natural e o patrimônio cultural para as gerações futuras. Aprimorar a infraestrutura, incluindo redes de transporte e acomodações, melhorará a acessibilidade e atenderá às preferências diversas dos viajantes. A promoção do turismo fora da temporada e a diversificação das ofertas além das tradicionais férias na praia também podem atrair visitantes ao longo do ano.

Outro ponto importante que o relatório revela é que, enquanto o sul da Europa continua competitivo em termos de custos de férias na praia em comparação com muitos destinos mais caros, é fundamental que a região aborde sua dependência estrutural de turistas estrangeiros e concentre-se em estratégias de crescimento sustentável.

Além disso, é dado ênfase que ainda que a Europa pode se beneficiar do ressurgimento das viagens de férias para destinos menos caros após a pandemia. O turismo europeu se recuperou e o número de visitantes deve alcançar os níveis pré-pandemia até 2024.

Em resumo, há uma visão otimista em relação à recuperação do turismo europeu, com um forte aumento nas viagens de férias na praia previsto. A participação da Europa nas chegadas globais de turistas aumentou, impulsionada em parte pelo dólar em valorização, o que atraiu mais visitantes dos EUA.

A indústria do turismo da Europa, incluindo sua região sul, desempenha um papel econômico crucial, gerando cerca de € 572 bilhões em valor bruto adicionado direto em 2019. À medida que a região continua se recuperando, o sul da Europa deve se concentrar no crescimento sustentável e abordar sua dependência do turismo para garantir a prosperidade a longo prazo.