A hospitalidade para o Turismo é a forma eficiente de bem atender as pessoas. As pessoas com deficiência, muitas vezes precisam de um atendimento diferenciado, o que pode significar até mais do que um bom atendimento, e entrar no campo da segurança. Mais do que um ambiente adequadamente acessível, as pessoas com deficiência querem ser atendidas de forma que não sejam vítimas de preconceito, discriminação ou capacitismo.
Se tivermos um olhar ainda mais abrangente, encontraremos outros tipos de público que necessitam de mais atenção, como pessoas com restrições alimentares (celíacos e intolerantes à lactose), doenças (Alzheimer e Parkinson), mobilidade reduzida (idosos, gestantes, lactantes, obesos, pessoas com criança de colo).
Todos esses grupos de pessoas são clientes diretos, que tomam a decisão da viagem, ou indiretos, que fazem parte de um grupo maior, e por isso precisam ser bem atendidos pelo ponto de vista da legislação e da visão comercial, pois são um público consumidor.
Imagine uma turista cega no quarto de um hotel, e a camareira arrumando o quarto, organizando os pertences da hóspede mudando os objetos de lugar. Na verdade, isso gera um grande transtorno, pois pessoas cegas memorizam onde deixam suas coisas, então a arrumação feita pela camareira cria uma desorganização na cabeça da hóspede cega.
Muitos me oferecem ajuda para empurrar minha cadeira de rodas, alguns são até insistentes e chegam até a tomar uma iniciativa forçada dessa “ajuda”. Eu gosto de ter minha independência para me locomover, além de não confiar na habilidade de quem não tem experiência. Mas há sim, pessoas que precisam ou preferem ser ajudadas, por isso não há nada de errado em oferecer ajuda, aliás é muito bom, mas insistir ou forçar essa ajuda é desconfortável e irritante.
Autistas e pessoas com Síndrome de Down, muitas vezes são discriminadas e tratadas de forma infantil. Muita gente aborda os pais ou acompanhantes, ao invés de falar diretamente com a pessoa. Dependendo, ela pode fazer suas próprias escolhas, e caso isso não seja possível, a pessoa que está acompanhando, provavelmente irá intervir. Ninguém deve ser tratado como incapaz, isso traz um sentimento de humilhação e constrangimento.
Para que não haja confusões, pois a falta de uma abordagem inadequada também pode resultar em processos judiciais, sem contar na desvalorização da imagem da empresa nas redes sociais, pois o caso pode se tornar público, é importante passar por uma capacitação especializada com um profissional experiente. Eu treinei os guias de turismo de Bonito/MS e funcionários do trade turístico local, e o resultado foi incrível, tornando o destino uma referência em hospitalidade inclusiva.
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