O joint venture entre a Delta Air Lines e a Latam Airlines acaba de completar um ano, com alta nos principais indicadores do setor aéreo. Além de mais de 20 rotas abertas em conjunto, com destaque para conexão Guarulhos-Los Angeles, a aliança realizou 15 mil voos e transportou mais de 3 milhões de clientes, cobrindo mais de 90 milhões de quilômetros. A celebração ocorreu nesta quinta-feira (19) durante evento Delta Insights 2023 no Rosewood São Paulo (SP), que reuniu toda a alta liderança de ambas as companhias.
“É uma honra poder liderar esse momento tão especial para ambas as companhias, prestando contas e celebrando essa conexão da liderança de ambas as companhias aéreas com nossos clientes B2B, ponto central de nossas estratégias”, comentou Danillo Barbizan, gerente de Vendas da Delta Air Lines durante a abertura do evento. “Já temos muito a comemorar, mas as melhores entregas ainda estão por vir”, destaca o executivo.
Para Aline Mafra, diretora de Vendas Brasil da Latam, o cenário segue desafiador em relação aos preços, apesar do esforço para segurar os custos. “Mesmo assim, conseguimos abrir 11 destinos, recuperar a oferta doméstica e contar com 38% do marketshare – números que não alcançavamos há sete anos”, revela a executiva. “Entretanto, para manter a tarifa sobre controle, precisamos ser cada vez mais eficientes e continuar expandindo, o que exige uma disciplina diária”, acrescenta.
Embora Aline reconheça os esforços do governo federal para a redemocratização da aviação, vendo as iniciativas como oportunidades para expandir, a reforma tributária segue como uma incógnita e a judicialização, um problema constante. “A Latam não busca mais benefícios, apenas manter o que já temos. Além disso, cerca de 90% dos processos da empresa como um todo estão no Brasil. Ambas questões são extremamente relevantes para o repasse de preços para os clientes”, salienta a diretora.
Na ocasião, outros executivos das companhias aéreas apresentaram suas percepções e perspectivas sobre a joint venture e os mercados latinoamericanos, em especial o Brasileiro. Entre eles, Steve Sear, vice-presidente executivo de Vendas e Distribuição da Delta, Martin St. George, diretor comercial da Latam, e Alex Antilla, vice-presidente America Latina da Delta.
“Vocês não fazem ideia do quão importante essa joint venture é para nós dos Estados Unidos. Além de gerar uma melhor aproximação colaborativa com os clientes e a formação de uma rede global, estamos atraindo cada vez mais investimentos”, destaca Sear. “É sempre melhor sermos interdependentes do que intependentes. Não somos especialistas no Brasil e essa é a importância das alianças regionais”, explica.
George, por sua vez, destacou a forte recuperação dos mercados brasileiros e sul-americanos. “Ampliamos nossa capacidade em 20% desde 2019 no País e continuaremos crescendo muito, pois sabemos do amplo potencial do mercado latinoamericano. Estamos batalhando para tornar Guarulhos um hub, não só do Brasil, mas de toda a América Latina, com rotas para todo o mundo”, comenta. “Para isso, precisamos continuar ampliando nossa conectividade e desenvolvendo mais benefícios para nossos parceiros e clientes leais, além de trabalhar a sustentabilidade, área que tem crescido e nos orgulhado muito”, complementa.
Vale destacar que a aliança entre as companhias vai muito além do codeshare. “A joint venture nos garante um trabalho muito mais colaborativo e vantajoso para ambas as companhias. Entre as vantagens deste tipo de parceria, estão o esforço integrado de vendas corporativas e agências, sinergias entre terminais e programas de fidelidade, lounges compartilhados, centros de atendimento integrados, compartilhamento de receitas e lucros, comites de polotagem, entre outras”, lista Antilla.
Aline destacou ainda a alta receptividade das agências nos resultados da joint venture. “Estamos celebrando conquistas muito tangíveis em termos estruturais e sinergias de serviços, mas nosso foco é continuar reforçando relacionamento com as agências. Elas compreendem que é uma forte parceria entre duas grandes empresas que compartilham dos mesmos valores e da vontade de fazer acontecer”, salienta a executiva, em entrevista exclusiva ao Brasilturis.
“O começo de toda joint venture é marcado por muitas regulamentações, tudo tem de estar muito bem alinhado. Por este motivo, a maior parte das entregas chegam agora, mesmo após tantas novidades apresentadas”, alega Barbizan. “É o caso do Galeão-Atlanta, Galeão-Nova York e Galeão doméstico, que só foram possíveis por meio dessa construção conjunta. Adiante, temos muitas coisas para otimizar, nova campanha de marketing que atrairá ainda mais clientes para nossos parceiros e seguir em frente nesse trabalho colaborativo”, finaliza o executivo.
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