No último sábado, Salvador, Bahia, foi palco de um evento cultural de destaque, o Festival Liberatum, que reuniu artistas, empreendedores e debatedores de diversas origens em um cenário de celebração da diversidade e da cultura afro-brasileira. Um dos destaques do festival foi o músico Seu Jorge, que compartilhou suas reflexões sobre sua identidade e sua conexão com a Bahia, terra que o faz sentir-se um “completo brasileiro”.
Seu Jorge, nascido no Rio de Janeiro, expressou sua ligação com a cultura afro-brasileira, afirmando: “Eu nasci no Rio de Janeiro, me considero um africano nascido em terras brasileiras, mas na Bahia me considero um completo brasileiro”. Sua declaração ressalta a importância da Bahia como um centro de expressão cultural e identidade negra no Brasil.
Outros participantes do evento, como a atriz espanhola Rossy de Palma, compartilharam suas próprias experiências na Bahia e destacaram a mística que envolve o estado. Hiran, um rapper baiano, enfatizou como sua terra natal é uma constante fonte de inspiração para sua arte, levando as riquezas culturais da Bahia para o mundo.
O turismo também foi um tema central das discussões no festival, com um painel sobre Afrofuturismo, ancestralidade, inovação e transformação. Tania Neres, coordenadora de Afroturismo, Diversidade e Povos Indígenas da Embratur, destacou a importância do afroturismo como uma oportunidade de reestruturar a indústria do turismo para melhor atender à população negra. Ela enfatizou a necessidade de protagonismo e empreendedorismo na promoção do afroturismo.
A mediadora do painel, Marina Duarte, presidente estadual da União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro), ressaltou a importância de reconhecer que o afroturismo está intrinsecamente ligado a várias outras questões e que a comunidade negra está organizada e determinada a alcançar seus objetivos.
Além das discussões, o Governo do Estado da Bahia teve a oportunidade de promover os destinos turísticos da região, destacando os potenciais e atrativos das 13 zonas turísticas do estado. Com representações culturais, distribuição de fitinhas do Senhor do Bonfim e degustações de culinária local, o estande atraiu a atenção dos visitantes.
O evento também proporcionou uma vitrine para empreendedores da economia solidária da Bahia, que mostraram o melhor do artesanato e da agricultura familiar da região, em parceria com outros órgãos estaduais.
Em meio a esse cenário cultural diversificado, participantes de várias partes do mundo expressaram sua apreciação pela Bahia e sua rica cultura. O angolano Mika Costa destacou a palestra de Seu Jorge e suas posições sobre a negritude, enquanto Jailson Cardoso, da Guiné-Bissau, elogiou a cultura local e a afinidade que sentiu com ela.
O Festival Liberatum em Salvador foi um lembrete poderoso da riqueza da cultura afro-brasileira, da importância do afroturismo e da necessidade de promover a diversidade em todos os aspectos da sociedade. Foi um evento que uniu pessoas de diferentes origens em uma celebração da unidade na diversidade.
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