A segunda edição do Festival Salvador Capital Afro, que acontece entre os dias 22 e 24 de novembro, terá a primeira rodada de negócios voltadas especificamente para o segmento, algo que nunca foi feito em Salvador. Com entrada gratuita no Espaço Cultural da Barroquinha, no Centro Histórico, o evento é uma iniciativa do Salvador Capital Afro, movimento que busca projetar a cidade como referência nacional e internacional em experiências turísticas afrocentradas.
Salvador elaborou um Plano de Desenvolvimento do Afroturismo, que contém projetos para fortalecer o segmento, incluindo formação dos agentes locais, desenvolvimento de roteiros e o próprio festival. Para Simone Costa, especialista em Turismo do Prodetur Salvador, a cidade tem um grande potencial para o Afroturismo, nacional e internacionalmente.
“Proporcionamos um Afroturismo que se transversaliza com diversos segmentos, como o turismo de negócio, turismo cultural, de entretenimento, de sol e praia, religioso, de eventos, de experiências, entre outros. O Afroturismo em Salvador não tem sazonalidade e se apresenta como uma estratégia poderosa para a geração de renda e a inserção definitiva da comunidade negra na economia do turismo”, conta Simone Costa.
Nas rodadas de negócios, após serem selecionados, os participantes, que são guias e empreendedores do setor, apresentarão os seus roteiros ou experiências turísticas para as agências e operadoras, buscando construir parcerias comerciais. A intenção desta iniciativa é que esses roteiros possam ser incluídos nos catálogos das agências e operadoras de turismo nacionais e internacionais.
“Este ano, vamos contar com um time muito qualificado de operadoras e agências de viagem nacionais e internacionais, que estão de olho no potencial de criatividade e autenticidade das experiências turísticas da cidade, para apresentar aos seus clientes e realizar vendas o ano inteiro. É uma oportunidade de ouro para quem quer expandir o alcance dos produtos”, conta Antônio Pita, cofundador do Diáspora.Black e articulador da rodada de negócios do Afroturismo.
Com forte consolidação e expansão no país, o segmento tornou-se prioridade para políticas públicas, não só em Salvador, mas em diversas capitais do Brasil, que estão promovendo os ativos da cultura negra e manifestações mais autênticas para todo o mundo. Isso se reflete no interesse das agências e operadoras em participar do festival para conhecer e revender os produtos e roteiros que têm identidade negra e que turistas de todo o mundo estão buscando.
“O turismo afrocentrado promove impactos positivos para toda a sociedade, pois dá visibilidade e protagonismo a uma memória e uma riqueza que, por toda nossa história, foi apagada. Destacar esse legado é um ganho para todos, pois reduz a ignorância e o preconceito, gera o reconhecimento da nossa contribuição e importância na construção do país. Para a população negra, o benefício é maior, porque este segmento mobiliza uma cadeia econômica de afroempreendedores de diversos setores da economia criativa, como a moda, a gastronomia, o artesanato, a música, entre outros. Isso gera riqueza para a população negra e constrói novas referências positivas sobre o nosso lugar na sociedade”, finaliza Antonio Pita.
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