O setor de turismo brasileiro está otimista para a próxima alta temporada, estimando um faturamento robusto de R$ 155,87 bilhões, conforme apontado por um estudo realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Esse valor representa um aumento real de 5,6% em relação à temporada anterior, marcando a maior movimentação financeira desde o início do levantamento em 2012.
Após um impacto significativo da crise sanitária em 2020, o setor de turismo vem mostrando uma recuperação gradual, com um encolhimento de 36,7% naquele ano, seguido por avanços de 22,2% em 2021 e impressionantes 39,9% no ano passado. Até setembro de 2023, o faturamento real do setor já registrou um avanço de 7,9%, segundo o Índice de Atividades Turísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
José Roberto Tadros, presidente da CNC, atribui a recuperação aos aumentos reais de salários, à redução dos juros ao consumidor e à estabilização dos preços. Ele destaca que o otimismo refletido nos números não apenas aponta para a recuperação econômica do turismo, mas também para a renovação da confiança dos consumidores, impulsionando o mercado de viagens e contribuindo para a geração de empregos.
Número de Viagens Aéreas e Gastos Previstos
O indicador-chave de atividade turística, o número de passageiros transportados, continua a crescer, atingindo 24,25 milhões em voos nacionais no terceiro trimestre de 2023, equivalente ao volume pré-pandêmico de 2019. A expectativa é que durante a alta temporada 2023/2024, os gastos turísticos se concentrem principalmente em bares e restaurantes (R$ 68 bilhões) e transporte rodoviário (R$ 24,34 bilhões).
Maior Contratação Temporária desde 2014
Após a eliminação de 469,8 mil postos formais nos sete primeiros meses de 2020, o mercado de trabalho no turismo começou uma recuperação gradual, resultando na criação de 612 mil novas vagas. Para a alta temporada, a CNC estima a criação de 85.795 postos, o maior volume desde 2014. O segmento de alimentação deve liderar as contratações, com mais de 45 mil postos gerados, seguido pelo transporte em geral, com aproximadamente 20 mil, e hospedagem, com 9 mil vagas. O salário médio de admissão deverá ser de R$ 1.930, uma alta real de 1,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O economista da CNC, Fabio Bentes, responsável pela pesquisa, destaca que os números refletem o crescimento sólido do setor e a resiliência demonstrada diante dos desafios enfrentados nos últimos anos. O cenário positivo aponta para um período de crescimento consistente e fortalecimento contínuo do turismo no Brasil.
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