Por Caroline de Oliveira, Gabrielle Cotrim, Kamilla Alves e Matheus Alves 

Se 2022 foi considerado o ano da retomada, 2023 pode ser definido como o ano da superação. O Turismo voltou a apresentar números acima do registrado em 2019, período pré-pandemia. Responsável por cerca de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, o setor é uma importante atividade econômica e gera milhões de empregos ano a ano, contribuindo para a distribuição de renda com consequências imediatas e proporcionais ao País.

No acumulado entre janeiro e setembro do ano passado, as atividades turísticas no Brasil registraram variação positiva de 7,9% em relação ao mesmo período de 2022. Em relação aos números da pré-pandemia, o crescimento chegou a 6,1%, em volume de receitas. Os dados são de levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Vale ressaltar que na série histórica do ano, setembro foi o melhor mês para o setor em 2023 – pelo menos até o fechamento desta edição. Na ocasião, Celso Sabino, ministro do Turismo, celebrou o feito.“É mais uma demonstração da capacidade do turismo em movimentar a economia do país. Isso gera transformação, melhoria de vida, melhores condições, distribuição de renda e inclusão”, celebra. 

O Brasil é um dos destinos turísticos mais populares do mundo. Em 2023, o país recebeu mais de 6 milhões de turistas internacionais. Apesar do alto volume, o marco não superou o número de 2022, que girou em torno de 7,5 milhões de viajantes. Mesmo assim, vale destacar o desempenho mostrado mês a mês. Em outubro, o número de turistas estrangeiros foi equivalente ao do mesmo período pré-pandemia. De acordo com dados da Embratur, o Brasil recebeu quase 410 mil turistas internacionais apenas durante o décimo mês do ano. 

Ao comparar com o acumulado de janeiro a outubro de 2022, o aumento na entrada de estrangeiros é expressivo, atingindo 74%, totalizando 4,78 milhões de visitantes. Marcelo Freixo, presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), afirmou para a Agência Brasil que o desempenho na área internacional foi o melhor em 25 anos. Esses resultados destacam o imenso potencial do Brasil e movimentam a economia nacional. No acumulado do ano, os gastos de viajantes que chegaram ao Brasil vindos de outros países alcançaram mais de R$ 30 bilhões, superando os R$ 24,4 bi de 2019.

Ecoturismo se consolida

Não dá para negar: a pandemia estimulou o turismo doméstico, dando ênfase aos atrativos a céu aberto e criando tendências para o setor. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) apontam que o turismo ecológico foi o principal motivo de uma em cada quatro viagens domésticas realizadas a lazer no Brasil em 2021. O turismo de experiência –  que proporciona aos viajantes vivências únicas e memoráveis – se consolidou em 2023, e o ecoturismo ou turismo de natureza recebeu ainda mais destaque no País.

Bonito, no Mato Grosso do Sul, é referência quando o assunto é turismo de natureza e sustentabilidade, já que o município também já foi eleito o melhor destino de turismo responsável no mundo pelo prêmio World Responsible Tourism Awards, em 2013.

O Recanto Ecológico Rio da Prata e a Lagoa Misteriosa, passeios de ecoturismo localizados em Jardim, também no Mato Grosso do Sul, receberam a Certificação de Empreendimento Turístico Sustentável – na categoria Ouro – concedida pela Green Destinations. A certificação avalia a conformidade nos campos de gestão ecológica, responsabilidade social e saúde e segurança. Com o selo, os atrativos entraram para a lista de empreendimentos de excelência internacional.

No final de 2022, Bonito recebeu a certificação de primeiro destino de ecoturismo do mundo em carbono neutro, concedida pela Organização das Nações Unidas para o Clima. Dados como este reforçam que a preocupação do Turismo com o meio ambiente já pode ser observada nos dias atuais e a tendência é, cada vez mais, ampliar o cuidado e proteger a natureza de um turismo predatório.

Cenário positivo para os negócios

Nem só de viagens de lazer vive o turista. No país, o número de viagens corporativas subiu no decorrer do ano e fez com que o setor alcançasse, no acumulado de janeiro a outubro de 2023, o faturamento de R$ 11,375 bilhões, valor que supera todo o ano de 2022 – quando foi registrado R$ 11,204 bilhões – e praticamente se iguala ao resultado de 2019, quando o faturamento do segmento foi de R$ 11,389 bilhões. Os números são da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), em um levantamento no qual foram analisados 11 setores.

Para a Associação Latino Americana de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev), o crescimento do volume de viagens trouxe um significado representativo de que a tendência é permanecer fazendo negócios por meio de viagens e eventos. “Quando muito se falava em 2020/21 de que não chegaríamos a patamares semelhantes ao volume de 2019 tão cedo, vimos o biênio 2022/23 explodir em crescimento superior aos níveis pré-pandemia. Contudo, novas tecnologias e canais de distribuição estão desafiando ainda mais a capacidade do setor em se adaptar para acomodar todo o portfólio de produtos e serviços na sua prateleira para os clientes finais, como o New Distribution Capability (NDC)”, explicou Luana Nogueira, diretora executiva da associação.

Luana destacou que além das atividades essenciais, a entidade percebeu um movimento de letramento em Environmental, Social, and Governance (ESG) com a adaptação e implementação de medidas nas três esferas, favorecendo as relações sustentáveis no ambiente, na sociedade e ética nos negócios.

A maior temporada de cruzeiros todos os tempos

Com um número total de 802,7 mil cruzeiristas distribuídos entre nove navios que operam na costa brasileira, a temporada de 2022/23 foi considerada a segunda maior de toda a história, ficando atrás somente da temporada 2011/2012, quando foram embarcados 805,1 mil cruzeiristas. Quem afirma isso é a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), com base num levantamento feito em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). 

Ainda segundo a Clia Brasil, a estimativa para a atual temporada é de mais de 80 mil novos empregos no País, gerando um impacto de mais de R$ 5 bilhões na economia nacional, com o envolvimento de 877 mil cruzeiristas, 74 mil a mais do que a anterior, batendo um novo recorde.

A temporada regular de cruzeiros 2023/24 na América do Sul conta com quase sete meses de duração – indo de outubro de 2023 a maio de 2024. Oito navios partem dos portos de Balneário Camboriú (SC), Itajaí (SC), Maceió (AL), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Santos (SP) e também do Porto de Paranaguá (PR), o estreante desta temporada. Ao todo, as embarcações vão percorrer mais de 200 roteiros. 

A maior frota de veículos por locação já registrada no país

De acordo com a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), a frota nacional de carros por locação em 2023 foi de 1,56 milhão de veículos. Entre janeiro e outubro, as locadoras foram responsáveis pela compra de 436.579 veículos zero quilômetros, o equivalente a 24,76% de todos automóveis e comerciais leves vendidos pelas montadoras este ano no Brasil.

“A indústria de aluguel de carros investiu muito na renovação da frota, entendendo a necessidade de atender a expectativa do cliente em ter uma frota nova, assim como reduzir os custos com manutenção”, explicou Marco Aurélio Nazaré, presidente da Abla, durante abertura do 18º Fórum Internacional do Setor de Locação de Veículos.

As ações realizadas pelas entidades para fortalecer ainda mais o setor foram diversas e, para 2024, os planos já traçam um novo caminho cheio de otimismo. Confira abaixo o que as principais entidades estão projetando para o ano que está apenas começando. 

Abav Nacional

Após comemorar o 70º aniversário, as expectativas para 2024 são ainda melhores para a Abav Nacional. Para Ana Carolina Medeiros, presidente em exercício da entidade, a recuperação do Turismo, o espaço e valorização do agente de viagem, a luta pela redução do IRRF e a inclusão do Turismo na reforma tributária foram alguns fatores que marcaram 2023. Além, claro, do destaque da 50ª edição da Abav Expo, que contou com a presença de mais de 42 mil pessoas. 

“O Turismo teve, em 2023, uma incrível recuperação, atingindo e ultrapassando diversos números que tivemos antes da pandemia. Para 2024, podemos esperar uma melhora ainda maior destes números, com a quebra de barreiras e valorização de seus canais de distribuição. Nos últimos anos, acredito que a Associação se estabeleceu de forma importante e pretendemos dar continuidade nesse trabalho de excelência”, afirmou Ana. 

Apesar dos bons números, a presidente também explicou que o maior gargalo do setor continua sendo o valor que se dá para o agente de viagem. “É necessário que esse grande canal de distribuição seja visto com a importância e grandeza que ele tem.” 

Abla

A Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) está presente no mercado há mais de 45 anos, dando espaço e visibilidade para diversas locadoras nacionais. Ao longo de sua trajetória a entidade sempre defendeu os direitos das empresas de locação de veículos, além de fornecer às empresas associadas, capacitação e preparação de inúmeros profissionais para o mercado.

O ano de 2023 destacou-se pela alta demanda em diferentes modalidades de locação como, aluguel de frotas inteiras para empresas, aluguéis para motoristas de aplicativo, carro por assinatura, além dos aluguéis para o turismo e lazer. Mesmo com o lançamento do Programa Carro Zero com Desconto (realizado pelo Governo Federal), o setor irá terminar o ano com mais de 1.5 milhão de automóveis e comerciais leves registrados em nome das empresas de locação.

Marco Aurélio Nazaré, presidente da ABLA, revela as expectativas para o próximo ano, “Na terceirização de frotas, temos a tendência de crescimento do mercado entre pequenos e médios clientes dos mais variados setores, que cada vez mais entendem que a substituição da frota própria pela frota alugada é muito mais vantajosa. No aluguel diário, a tendência continuará sendo de crescimento das viagens de brasileiros dentro do Brasil. Já no Carro por Assinatura, também projetamos um interesse cada vez maior de Norte a Sul por essa modalidade de aluguel”.

Alagev

Completando 20 anos de atividade em 2023, a Associação Latino Americana de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev) teve um ano de muitas conquistas. Hoje, a associação tem 447 empresas associadas, sendo 45% fornecedores e 55% clientes, representando um crescimento de 33% em relação a 2022. Em 2023 também foi contabilizado o total de 10 mantenedores e 17 comunidades, e a realização de oito projetos de pesquisas e ações com parceiros, além de reuniões setoriais e globais, e das participações em eventos ao longo do ano.

Para  Luana Nogueira, diretora executiva da Alagev, os grandes desafios do setor em 2023 foram as consequências da velocidade em que a demanda cresceu diante de uma limitada oferta de mão de obra. “Impactou diretamente as relações de consumo de serviços em viagens e eventos corporativos. O incremento de preço nos serviços também apresentaram-se relevantes no impacto de orçamentos, porém o crescimento do volume de viagens trouxe um significado representativo e importante de que a tendência é permanecer fazendo negócios por meio de viagens e eventos”, destacou a gestora.

Para o ano que está começando, Luana acredita que haverá um incentivo de maior inovação, promoção social e governança buscando relações mais éticas e transparentes. 

“Espera-se que o volume permaneça em crescimento, porém mais conservador do que o vivenciado no último biênio. Será um ano de criação de maiores relações, parcerias e sustentabilidade na cadeia de fornecimento de viagens e eventos corporativos. A conexão multisetorial precisará ser ainda mais favorecida e vivenciada para a sustentabilidade dos negócios dentro do setor, além da formação de novos profissionais e dos atuantes na área em todos os níveis, do fomento da atratividade e retenção de novos talentos.

BLTA

Já para a Brazilian Luxury Travel Association (BLTA), 2023 foi um ano de muita produção. “Começamos assinando um acordo de cooperação com a Embratur e, a partir disso, a gente desenhou algumas ações em conjuntos, que foi a ILTM em Cannes (EUA) e a participação dos associados em uma das galerias, no caso a Galeria Brasil em Miami (EUA). Desenvolvemos uma nova marca que será lançada no início de 2024 e, também, desenvolvemos todo o projeto do livro “Tons do Brasil”, lançado no final de 2023. Além disso, realizamos roadshows no Brasil e no exterior e participamos de feiras importantes do mercado de luxo com a Embratur, com a própria ILTM Cannes, ILTM em São Paulo, Latina América”, explicou Simone Scorsato, CEO da Associação. 

Para o próximo ano, a BLTA já tem data marcada para dois roadshows nacionais e dois internacionais. A nível nacional, o evento acontecerá em março e em agosto, abrangendo cerca de seis cidades: Brasília (DF), Goiânia (GO), Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS). Já no exterior, a associação irá para a Europa no primeiro semestre e, no segundo, retornará para o mercado norte-americano – ainda com cidades a confirmar. 

Simone espera um ano excelente em 2024 e que o Brasil consiga ocupar mais espaço na mídia estrangeira e se pontuar no mercado internacional. Em relação aos desafios, a CEO destacou dois: os preços do aéreo e os investimentos na promoção internacional. “Esses são os desafios para que a gente consiga ter uma excelente ano em 2024.”

Braztoa

Para a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), 2023 foi um ano desafiador que, como resultado, estimulou o crescimento do Turismo. “As operadoras, assim como o mercado de Turismo como um todo, têm mostrado resiliência para superar desafios e os resultados do ano devem mostrar isso. O ano de 2023 deve se consolidar como um ano de superação, solidificando a força da indústria de viagens no País”, contou Marina Figueiredo, presidente executiva da Braztoa.

O último boletim lançado pela associação apresentou um panorama dos principais desafios enfrentados que impactaram diretamente na performance, potencial e concretização de mais vendas. Dentre os principais fatores estão os altos custos do aéreo, assim como a baixa disponibilidade e a limitação de conectividade aérea; as guerras, que impactaram significativamente o desempenho e recuperação das viagens internacionais; além da Reforma Tributária, que também tem sido um dos grandes temas e desafios do Turismo como um todo ao longo deste ano. “Este é um tema que tem enorme atenção e preocupação do setor, dado o grande impacto que pode causar, especialmente quanto a competitividade e o próprio desenvolvimento do setor”, explica Marina.

Para 2024, a Braztoa espera que o crescimento do setor seja contínuo. “Vemos o turismo ocupar uma função e papel importante na vida das pessoas, e se tornar cada vez mais indispensável e necessário. Estando presente não somente na lista de desejos, mas nos planos das pessoas e famílias. Podem contar que as operadoras continuarão oferecendo personalização e se aprofundando cada vez mais para que seus clientes vivam o inusitado e experiências memoráveis. A palavra de ordem será sempre surpreender, encantar e emocionar”, contou Figueiredo.

Clia 

Projeções da Cruise Lines International Association (Clia Global) mostram que, neste ano, a indústria de cruzeiros irá ultrapassar o volume de passageiros embarcados de 2019, acima das estimativas da Organização Mundial de Turismo (OMT). No caso do Brasil, depois de 2022/2023 se consolidar como a maior dos últimos 10 anos, a expectativa é que a temporada 2023/2024 será outro recorde. A próxima temporada já conta com recorde na geração de emprego, com mais de 9 mil postos de trabalho por navio, gerando um enorme impacto econômico e de geração de renda.

Além disso, de acordo com Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil, os navios funcionam como uma vitrine pro destino, o que faz movimentar ainda mais o turismo nacional. Pesquisa feita pela CLIA mostra que 87% das pessoas que visitam um destino em uma parada de navio querem voltar para uma estadia externa. “São mais leitos ofertados, mais destinos, mais tempo de navegação, ampliação de escalas e roteiros. Temos nos reunido com todos os destinos que recebem os navios para avaliar o trabalho feito e o que pode ser ainda melhor”, pontua o executivo.

Em 2024, a frota de navios de cruzeiro membros da Clia no mundo deve passar de 300 embarcações. “Continuaremos a trabalhar por um ambiente mais competitivo, com custos mais baixos, melhor regulação do setor, impostos justos, além de todo trabalho em torno da Lei Complementar e da Reforma do Imposto de Renda que tem as Remessas. Outro ponto focal são os investimentos para uma infraestrutura e portos que atraiam companhias marítimas e que atendam às demandas dos maiores e mais eficientes navios que já existem e tantos outros que ficarão prontos nos próximos anos. Queremos que o Brasil seja o destino deles”, completa Ferraz.

CNC

Alexandre Sampaio, coordenador da Câmara Empresarial de Turismo da Confederação Nacional de Comércio de BENS, Serviços e Turismo (CNC), aponta que o ano de 2023 se destacou pelo aumento no número de passageiros nacionais e internacionais no Brasil, De acordo com levantamento do Banco Central (Bacen), os turistas internacionais que escolheram o Brasil como destino, em outubro de 2023, deixaram no país US$ 650 milhões de dólares, aproximadamente R$ 3,2 bilhões, maior valor da história para o período”, revelou.

Outro ponto de destaque, segundo Sampaio, foi a permanência dos setores de hospedagem, bares e restaurantes no Perse (Programa Emergencial de retomada do setor de Eventos), além da entrada do setor de hotéis na primeira fase da Reforma Tributária, aprovada pelo Congresso Federal.

Estima-se crescimento acelerado do setor para o próximo ano. De acordo com dados divulgados pela CNC, o setor turístico deverá faturar R$ 155,87 bilhões entre novembro de 2023 e fevereiro de 2024. Confirmada a expectativa para esse período, o setor registraria um avanço de 5,6% mediante a alta temporada passada.

“Se 2023 foi o ano da retomada, minha expectativa é que 2024 seja o ano da superação. Esse é o nosso desafio. Não só aumentar os números alcançados em 2019, mas também equiparar nosso crescimento com os índices dos principais destinos do mundo”, finaliza Sampaio.

FOHB

O ano de 2023 foi muito bom para a hotelaria, porém é necessário contextualizar essa questão. Apesar de melhores desde o período pré-pandemia, os números atuais indicam recuperação do setor, mas não crescimento necessariamente. De acordo com Orlando Silva, presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), basta comparar os números de dez anos atrás. “Tanto os valores das diárias, corrigidos pela inflação, como a taxa de ocupação estão menores do que 2012 e 2013. Apesar do ano bastante positivo, a recente melhoria relativa do setor ainda não aponta para um cenário favorável”, analisa.

Neste cenário, os hotéis conseguiram aproveitar a relativa melhoria na performance para recompor o capital de giro. Agora, segundo Silva, os empreendimentos hoteleiros estão trabalhando para recuperar seus fundos de reposição. “Foi praticamente um ano e meio de hotéis parados. Em 2020 e 2021, o caixa de muitos hotéis ficou completamente esgotado. Muitos ainda contraíram dívidas porque tiveram que pegar empréstimos para pelo menos manter seus ativos. Tudo isso provocou uma defasagem nos investimentos, que devem começar a retomar agora”, avalia o presidente do FOHB.

Além do capital de giro e fundo de reposição, os hotéis também tiveram um impacto expressivo na rentabilidade. A entidade estima que o ano de 2024 registrará melhora na taxa de ocupação e na diária média. “Temos que continuar avançando para garantir rentabilidade melhor dos ativos, para melhor remunerar os investidores. Afinal, a oferta hoteleira brasileira está defasada, com pouquíssimos lançamentos de hotéis previstos para 2024”, afirma Silva. “A reposição de fundos permitirão novos investimentos em modernização, recuperação dos ativos, qualificação das equipes e muito mais. Esse é o desafio para 2024”, sintetiza o presidente.