Nesta sexta-feira (19), as principais companhias aéreas dos Estados Unidos, incluindo American Airlines, Delta Airlines, United Airlines e Allegiant Air, interromperam seus voos devido a problemas de comunicação causados por uma espécie de “apagão cibernético”. A suspensão dos voos ocorreu menos de uma hora após a Microsoft anunciar a resolução de uma falha em seus serviços de nuvem que havia afetado várias companhias aéreas de baixo custo. No entanto, ainda não está claro se a decisão de manter os voos em solo está relacionada a essa falha anterior na nuvem da Microsoft.
Além das companhias aéreas dos EUA, outras transportadoras, empresas de mídia, bancos e firmas de telecomunicações ao redor do mundo também relataram falhas de sistema que interromperam suas operações. O maior operador ferroviário do Reino Unido, o grupo Govia Thameslink Railway, anunciou problemas informáticos “de grande escala” que poderiam causar cancelamentos de última hora.
O aeroporto internacional de Berlim suspendeu seus voos devido a um “problema técnico”, com atrasos no check-in e cancelamentos até as 10h (8h GMT). Na Austrália, empresas de mídia, bancos e telecomunicações sofreram interrupções, que o governo atribuiu a um problema na empresa global de cibersegurança Crowdstrike.
A companhia aérea holandesa KLM suspendeu a maior parte de suas operações devido à falha informática global, tornando impossível gerenciar os voos. O aeroporto de Zurique, o maior da Suíça, também suspendeu os pousos.
O site colaborativo Downdetector mostrou interrupções em vários bancos e empresas de telecomunicações. A Crowdstrike divulgou uma mensagem gravada por telefone, informando estar ciente de relatos de falhas no sistema operacional Windows da Microsoft relacionadas ao seu sensor Falcon.
Hospitais nos Países Baixos e a Bolsa de Valores de Londres foram afetados pelo apagão cibernético. No Reino Unido, a programação do canal Sky News foi interrompida, enquanto na Austrália, o canal nacional ABC anunciou que seus sistemas foram afetados por uma falha “grave”. A empresa australiana de telecomunicações Telstra indicou que os cortes foram provocados por “problemas globais” que afetaram o software fornecido pela Microsoft e pela CrowdStrike.
Impacto nas Olimpíadas de Paris-2024
A falha global também perturbou as operações informáticas do comitê de organização dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, que serão abertos dentro de uma semana na capital francesa. “Paris-2024 foi informado de problemas técnicos mundiais que afetam os programas da Microsoft. Esses problemas perturbam as operações informáticas”, afirmou o comitê em um comunicado.
Investigação em andamento
Não há informações que sugiram que a interrupção seja um incidente de segurança cibernética, segundo o escritório da Coordenadora Nacional de Segurança Cibernética da Austrália, Michelle McGuinness. As interrupções se espalharam amplamente, com a Espanha relatando um “incidente de computador” em todos os seus aeroportos, enquanto a Ryanair alertou os passageiros sobre possíveis interrupções que afetariam “todas as companhias aéreas operando na rede”.
A AWS, um provedor de serviços em nuvem, afirmou estar “investigando relatos de problemas de conectividade com instâncias Windows EC2 e Workspaces dentro da AWS.”
A extensão e a gravidade das falhas de comunicação e informática causadas pelo “apagão cibernético” destacam a vulnerabilidade das infraestruturas digitais globais. À medida que as investigações continuam, as empresas e os passageiros devem se preparar para mais possíveis interrupções enquanto as questões são resolvidas.
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