Uma nova tendência de investimentos ganha força no Brasil: a de projetos de turismo compartilhado com âncoras de entretenimento. “Hoje, apenas os 21 maiores complexos em operação movimentam mais de 11,5 milhões de visitantes ao ano no País. E, quando somados aos 24 novos complexos em desenvolvimento, os investimentos anunciados ultrapassam R$ 10 bilhões, incluindo resorts, parques e atrações turísticas,” afirma Pedro Cypriano, sócio-fundador da Noctua Advisory, empresa especializada em hospitalidade e entretenimento, com experiência em mais de 550 projetos.
Os investimentos indicados são um recorte da oferta atual e em desenvolvimento com negócios de timeshare, multipropriedade e estruturas de entretenimento abertas ao público. “Se considerados os complexos hoteleiros com parques sem day-use, os valores seriam ainda maiores,” destaca o executivo.
Entre os propulsores dos novos investimentos, o timeshare vem ganhando cada vez mais destaque. É o que aponta o estudo “Timeshare no Brasil: dimensionamento de mercado e performance,” recém-concluído pela Noctua, em parceria com a RCI, e inédito no país. A pesquisa indica que as vendas anuais de timeshare se aproximam a R$ 4 bilhões e há mais de 150 operações no território nacional, com 54 salas de venda ativas. Vale dizer que o aumento de turistas internacionais também tem impulsionado hotelaria brasileira.
Do universo de timeshare no Brasil, o estudo contou com a participação de 58 das principais propriedades, que juntas somam 14,2 mil unidades habitacionais e mais de 154 mil clientes na base ativa. Elas são representadas, em ordem alfabética, pelas organizações Aviva, Beach Park, Cana Brava, Costão do Santinho, diRoma Hotéis, Enotel Hotéis & Resorts, GR Group, Grupo Tauá, Hotéis Flamboyant, ibiobi Smart Club, Jurema Águas Quentes, Le Canton, Mabu Hotéis & Resorts, Premium Vacations (Transamerica Comandatuba), Royal Palm Hotels & Resorts e Wish Hotels & Resorts.
Em comum, todas elas são afiliadas à RCI, empresa que é líder mundial em serviços de viagens na indústria da propriedade compartilhada e que oferece a plataforma de intercâmbios de férias para seus 3,9 milhões de sócios ao redor do mundo, fornecendo acesso a mais de 4,2 mil resorts e mais de 600 hotéis em quase 110 países.
“Nós ficamos muito felizes com o convite da Noctua e nos empenhamos em contribuir para que o estudo se efetivasse porque conhecemos a abrangência, a importância e o potencial do timeshare no mundo e no Brasil. Temos certeza de que as respostas apresentadas dão clareza e transparência ao setor. Mais do que isso, elas vão contribuir para incentivar outros entrantes em um mercado que tem amplo potencial de crescimento,” diz Fabiana Leite, diretora de Desenvolvimento de Negócios América do Sul da RCI.
O estudo “Timeshare no Brasil: dimensionamento de mercado e performance” analisou 23 variáveis, entre as quais estão: perfil do produto, turnover de equipe, custos, clientes na base ativa, vendas líquidas, indicadores de pós-vendas, entre outros.
Em relação à presença geográfica, o estudo mostra que o timeshare se distribui por 14 estados e 25 cidades brasileiras. Considerando a presença dos empreendimentos nas regiões, eles estão localizados em sua maioria na região Centro-Oeste (37,9%), seguida pela região Nordeste (25,9%), Sudeste (19%) e Sul (17,2%). Pela distribuição da amostra por unidades habitacionais, há uma pequena inversão entre os mercados que ocupam o primeiro e segundo lugares, com a região Nordeste ganhando a dianteira (28,3%), seguida pelo Centro-Oeste (27,3%), Sudeste (26%) e Sul (18,4%).
Quando o assunto é futuro e expectativas para 2024, embora reforce que cada mercado tem seu ciclo de maturidade, Cypriano é objetivo e otimista, afirmando que “há muito espaço para crescer e acreditamos no aumento de dois dígitos em volume de vendas no Brasil nos próximos anos.” A expectativa do executivo é confirmada pelos participantes do estudo quando o tema é a evolução do Valor Geral de Vendas (VGV) bruto em 2024 versus 2023: quase 54,5% dos participantes acreditam que o crescimento de 2024 será na casa de 10%; 22,8% acreditam que o crescimento será entre 11 e 20%; 5,5% preveem crescimento de 21 a 40%; e 17,5% estimam crescimento acima de 50%.
“Atualmente, apenas 27% dos resorts brasileiros aderiram ao timeshare. Nos Estados Unidos, já são quase 1,6 mil resorts, o que representa 89% da oferta. Estamos no início de um longo ciclo de crescimento no Brasil. E, cada vez mais, o entretenimento terá um papel estratégico na estruturação de projetos inovadores pelo país,” finaliza Cypriano.
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