A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) lançou uma iniciativa voltada para aprimorar a comunicação entre companhias aéreas e aeroportos durante a transferência de bagagens em voos interline. A medida surge em resposta às dificuldades recorrentes no manuseio de bagagens despachadas entre diferentes companhias, um problema que impacta negativamente a experiência dos passageiros e gera custos elevados para o setor.
Com previsão de início ainda em 2024, a Iata planeja testar um novo padrão de mensagens digitais em um projeto piloto. Esse padrão permitirá que as companhias aéreas compartilhem informações detalhadas, como imagens e geolocalizações das malas, superando as limitações da tecnologia legada atualmente utilizada. A iniciativa é parte dos esforços contínuos da Iata para modernizar a indústria aérea, similar ao que foi feito com os padrões NDC e One Order, focados na simplificação do processamento de bilhetes e serviços auxiliares.
Segundo dados da Sita, empresa especializada em tecnologia de rastreamento de bagagens, as companhias aéreas extraviaram 6,9 malas por 1.000 passageiros ao redor do mundo em 2023. Nas rotas internacionais, onde os voos interline são mais comuns, essa taxa chegou a 12,1 a cada 1.000. A principal causa de atrasos nas bagagens foi o manuseio incorreto durante a transferência entre companhias, responsável por 46% dos casos.
Desde 2018, a Iata exige que as companhias aéreas rastreiem as bagagens em quatro pontos-chave através da Resolução 753, que também obriga o compartilhamento dessas informações com parceiros interline. No entanto, apenas 44% das companhias aéreas implementaram totalmente os requisitos da resolução até o momento, segundo pesquisa recente da Iata.
Um dos maiores desafios para a adoção plena dessas práticas é a dependência da tecnologia de mensagens Tipo B, introduzida na década de 1960. Esta tecnologia tem se mostrado dispendiosa e ineficaz para as demandas atuais, com um custo anual de US$ 1,05 bilhão para a indústria. A transição para mensagens digitais, segundo a Iata, poderia gerar uma economia global de até US$ 70 milhões por ano.
Apesar dos benefícios esperados, a transição dos sistemas legados para os novos padrões digitais pode ser complexa. “O maior desafio é fazer a transição do antigo para o novo sem interromper o ecossistema”, afirmou Monika Mejstrikova, diretora de operações terrestres da Iata.
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