Brasília (DF) – Durante a 51ª edição da Abav Expo, Luana Nogueira, diretora executiva da Alagev, destacou o crescimento significativo do setor de viagens corporativas, que atingiu R$ 7,6 bilhões apenas em julho de 2024, o melhor resultado para o mês em uma década.

Segundo a executiva, o aumento foi de 6% em comparação com o mesmo período dos anos anteriores, mesmo com uma queda natural durante os meses de junho e julho. As perspectivas para o fechamento do ano indicam um crescimento acumulado de 4,5% a 5,5%, de acordo com as medições da LVC em parceria com a Fecomércio.

No entanto, apesar desse desempenho expressivo, Luana alertou para a falta de infraestrutura que acompanha o aumento da demanda. “A oferta de assentos, apartamentos e espaços para eventos não está crescendo no mesmo ritmo, o que mantém os preços elevados”, afirmou. Ela reforçou que a pressão por preços altos deve continuar, a menos que haja mais investimentos em áreas críticas, como malha aérea e rede hoteleira.

Em relação às iniciativas da Alagev, a diretora mencionou a renovação do acordo de cooperação técnica com a Embratur. O objetivo é ampliar a visibilidade do Brasil no cenário internacional, principalmente na captação de grandes eventos e incentivos. “O Brasil não apareceu na lista de compradores internacionais em uma pesquisa realizada durante o IMAX em Frankfurt, e estamos trabalhando para mudar isso”, explicou. O novo acordo, com escopo ampliado, visa auxiliar a Embratur no fomento de destinos brasileiros como polos para o turismo corporativo e eventos.

Para atender à crescente demanda por eventos e iniciativas, a Alagev ampliou sua equipe. Andrea Matos, gerente executiva, agora lidera projetos estratégicos ao lado de Luana. Além disso, a associação está em processo de contratação para a coordenação de eventos, com foco em atender às necessidades crescentes do mercado. Um dos destaques é a 20ª edição do Lacte, que ocorrerá em fevereiro de 2025 no WTC, em São Paulo. O evento, que terá como tema a “conexão das comunidades”, promete inovações em seu formato e será um marco nas celebrações das duas décadas do encontro.

Outro ponto de preocupação para a representante da Alagev é a realização da COP30 em Belém, em 2025. Ela enfatizou a importância de preparar a cidade para receber um evento de tal magnitude, especialmente em termos de infraestrutura. “Já não há mais disponibilidade na rede hoteleira de Belém, e a malha aérea ainda é limitada. Precisamos de um envolvimento mais firme do setor público para garantir que o evento seja um sucesso”, destacou. Luana também reforçou a relevância da sustentabilidade e da governança para o sucesso do evento e para o futuro do turismo corporativo no Brasil.

Por fim, Luana ainda celebra o sucesso da participação brasileira no GBTA, que ocorreu em Atlanta em julho de 2024. A delegação brasileira, que dobrou de tamanho em relação ao ano anterior, foi reconhecida pelo evento, e a Alagev está trabalhando para fortalecer ainda mais sua presença internacional. A diretora também mencionou que duas compradoras associadas à Alagev, Joyce Negrelli, da Minerva Foods, e Julia Brito, da Cargill, foram premiadas no GBTA, demonstrando a crescente relevância do Brasil no cenário global de viagens corporativas.