As crescentes tensões no Oriente Médio, alimentadas pela intensificação do conflito entre Israel, Líbano e Irã, têm gerado caos nas viagens aéreas, com diversas companhias cancelando ou desviando seus voos nesta quarta-feira (2). De acordo com dados do FlightRadar24, a instabilidade na região está provocando longos atrasos em aeroportos estratégicos, como os do Líbano, Israel e Kuwait, afetando o tráfego aéreo em todo o Oriente Médio.

O impacto do conflito tem sido sentido também nos mercados financeiros, com ações de importantes empresas do setor de viagens registrando quedas acentuadas. A operadora europeia TUI viu suas ações recuarem mais de 5%, enquanto a Lufthansa sofreu uma queda de 4%. Segundo o analista Andrew Lobbenberg, do Barclays, o histórico de conflitos na região já mostrou que a demanda por viagens aéreas tende a diminuir substancialmente nas primeiras semanas de crise.

A situação piorou após o maior ataque de mísseis do Irã contra Israel, ocorrido na terça-feira (1), em retaliação à ofensiva israelense no Líbano contra o Hezbollah. Apesar do Irã afirmar que o ataque havia cessado, muitos voos foram desviados do espaço aéreo iraniano, com algumas exceções, como a FlyDubai, que sobrevoou a região. No entanto, o tráfego aéreo em partes do Oriente Médio continua interrompido, com voos desviando de áreas de conflito.

De acordo com um porta-voz da companhia aérea polonesa LOT, “todos os aviões – principalmente com destino à Índia – estão evitando o espaço aéreo iraniano até nova ordem”.

Recomendações de segurança e cancelamentos prolongados

A Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) emitiu recentemente boletins de segurança recomendando a não utilização do espaço aéreo de Israel e Líbano, devido à crescente escalada do conflito. As restrições, válidas até 31 de outubro, podem ser reavaliadas conforme a situação evolui.

Diversas companhias aéreas internacionais, incluindo British Airways e Air France-KLM, já cancelaram os voos para o aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, e esses cancelamentos devem permanecer em vigor até, pelo menos, o início da próxima semana. Além disso, as companhias afirmaram que a situação será reavaliada antes do dia 7 de outubro, aniversário de um ano do ataque do Hamas a Israel.

A atividade nos aeroportos da região tem sido afetada drasticamente, com o tráfego em Istambul, Cairo e Antalya apresentando grande concentração de voos desviados. No Aeroporto Internacional Zayed, em Abu Dhabi, todos os voos enfrentaram atrasos, enquanto 56% dos voos que sairiam do aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, foram cancelados. No Aeroporto Internacional Queen Alia, na Jordânia, aproximadamente 38% dos voos programados foram cancelados.

Com a situação ainda em desenvolvimento, a Comissão Europeia e a EASA afirmam que continuarão monitorando o conflito, podendo ajustar ou estender as recomendações de segurança para operadores aéreos.