O turismo acessível é um segmento essencial que atende às necessidades de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, proporcionando condições adequadas para uma viagem confortável e segura. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos, existem 18,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, globalmente, esse número chegue a 1 bilhão de pessoas. Esses dados são significativos para o setor de turismo, já que pessoas de qualquer parte do mundo são potenciais turistas.

Pessoas com mobilidade reduzida incluem idosos, obesos, grávidas, pessoas com deficiência temporária ou que, por algum motivo, possuem limitações e necessitam de atendimento diferenciado, como aquelas com artroses ou doença de Parkinson. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2021, havia 761 milhões de pessoas com 65 anos ou mais no mundo. Além disso, um estudo publicado pela revista Lancet em 2022 revela que mais de 1 bilhão de pessoas vivem com obesidade. Em 2023, cerca de 134 milhões de bebês nasceram, o que indica um número próximo de grávidas. Esses números evidenciam um vasto público de potenciais turistas que ainda enfrenta dificuldades para viajar devido à falta de estabelecimentos e serviços adequados.

De acordo com um mapeamento realizado pelo Ministério do Turismo, a maioria dos turistas com deficiência são pessoas com deficiência física (34,91%), seguidas por turistas com deficiência intelectual/mental ou transtorno do espectro autista (12,11%). Mais da metade (53,5%) dos turistas com deficiência já deixaram de viajar para algum destino no Brasil devido à falta de pontos de acessibilidade. A maioria desse público é composta por mulheres (64,4%) com idade entre 41 e 50 anos.

Nos Estados Unidos, um estudo de mercado realizado pela Harris Interactive/Open Doors Organization indica que a expansão das oportunidades de viagens acessíveis levou turistas com deficiência a gastar mais de 13 bilhões de dólares por ano em serviços relacionados a viagens. Isso inclui mais de 17 milhões de visitas a hotéis e 9,4 milhões de voos em companhias aéreas. Esses números têm chamado a atenção da indústria de viagens como nunca antes.

Turistas europeus com deficiência consideram cinco aspectos mais importantes ao viajar: transporte de e para o destino (53%), acessibilidade dos serviços de reserva (53%), natureza (48%), segurança (48%) e disponibilidade de informações no destino (47%). Embora sejam pesquisas internacionais, as necessidades e preferências dos turistas com deficiência são semelhantes em todo o mundo, sendo, portanto, relevantes também para o Brasil.

Como diz o velho ditado, “contra dados não há argumentos”. O número expressivo de turistas com deficiência demonstra o potencial inexplorado desse segmento. Casos de sucesso no turismo acessível mostram que empresas que investem nesse mercado com qualidade alcançam resultados superiores ao turismo convencional.