Com o fim de ano próximo e as férias escolares se aproximando, muitos brasileiros com viagens ao exterior planejadas sentem a pressão da oscilação do dólar. A moeda americana tem registrado altas consecutivas, e a tendência para os próximos meses é incerta. Em 30 de outubro, a cotação chegou a R$ 5,76, o maior nível desde 2021.

Segundo Douglas Ferreira, Head de FX Desk da Planner Corretora de Valores, “o dólar vem sendo afetado por diversos fatores internos e externos. No Brasil, o aumento da taxa de juros e a alta na dívida pública trazem incertezas, impulsionando a saída de capital estrangeiro e valorizando a moeda americana. Já no cenário internacional, eventos como as eleições americanas podem impactar a cotação de forma significativa”.

Para quem já tem viagem marcada, vale a pena comprar dólares agora ou esperar para usar o cartão durante a viagem? Ferreira recomenda que o ideal é adquirir uma moeda gradualmente, fazendo um preço médio. “Essa estratégia ajuda o turista a suavizar o impacto das oscilações, evitando concentrar toda a compra em um momento desfavorável. Mesmo que o dólar venha a cair, esse método reduz o risco de variações acentuadas”, indica o especialista.

Na escolha entre dólar em espécie, contas internacionais e cartão, Ferreira sugere dar preferência ao dólar físico ou a uma conta fora do Brasil. Ele lembra que o IOF para compra de dólar em espécie ou transferências de mesma titularidade é de 1,1%, enquanto o cartão internacional tem uma taxa de 4,38%. “Evitar o uso extensivo do cartão de crédito pode ser uma escolha prudente, já que a taxa de câmbio no fechamento da fatura pode aumentar significativamente os custos”, alerta Ferreira.

Investir em fundos cambiais

Outra alternativa para se proteger da alta cambial, segundo Ferreira, é o investimento em fundos cambiais, que aplicam ao menos 80% em ativos dolarizados. “Esse tipo de investimento é uma ferramenta para reduzir o impacto das oscilações cambiais e trazer segurança ao planejamento da viagem”, orienta ele. Planejar a compra de moeda aos poucos e adotar opções com menor impacto do IOF são estratégias eficazes para uma viagem mais econômica.

Para turistas que viajam para países que não utilizam o dólar, Ferreira explica que a compra da moeda americana continua sendo uma escolha prática, devido à sua ampla acessibilidade global. “Para países fora dos circuitos Estados Unidos-Europa, é lucrativo levar dólares em espécie. Em destinos populares entre os brasileiros, como a Argentina, onde a moeda local está desvalorizada, levar dólares ou até reais é a melhor opção para gastos locais”, orienta o especialista.